Crítica | Streaming e VoD

Mais Que Demais Pra Mim

(Ancora più bello, ITA, 2021)
Nota  
  • Gênero: Comédia, Romance
  • Direção: Claudio Norza
  • Roteiro: Roberto Proia, Michela Straniero
  • Elenco: Ludovica Francesconi, Giancarlo Commare, Gaja Masciale, Jenny De Nucci, Désirée Giorgetti, Giorgio Lupano, Loredana Bertè, Jozef Gjura, Giuseppe Futia Riccardo Niceforo
  • Duração: 100 minutos

Estamos de volta ao colorido universo de Marta. A menina com fibrose cística que conquistou um monte de gente pelo mundo por levar a vida com seu jeito sempre positivo, mesmo sabendo de suas limitações e a possibilidade da morte precoce, agora chega com à Netflix com a continuação de sua história. Era esperado? Sim. Precisava? Não. Mas não há como segurar a curiosidade e não apertar o play em Mais Que Demais Pra Mim.

O formato ainda lembra uma versão amarelada de Amélie Poulain, com narrativa ágil, bastante narração e personagens carismáticos, que aqui ganham pontos extras pela familiaridade. O formato é batido para sequências: um prólogo animado dá conta dos eventos do longa anterior, Demais Pra Mim, e a própria Marta, vivida mais uma vez por Ludovica Francesconi, volta ao passado e dá as boas-vindas ao presente.

Jacopo e Federica seguem como fiéis escudeiros, mas agora ganham subtramas independentes, e Arturo cede espaço para Gabriele. Mais Que Demais Para Mim deixa evidente ser um exemplar que busca extrair algo além daquilo que fez sucesso no passado. O roteiro, não se dedica aos personagens e nem se aprofunda nos conflitos. Digam o que quiserem, falta também o humor e a sagacidade que deixavam o primeiro título mais envolvente. 

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Com novos núcleos e a história de Gabrieli e Marta aparecendo aqui e ali, porque, infelizmente, não é nem possível dizer que ela costura o filme, o longa mais lembra um capítulo de novela, que precisa fazer uma espécie de chamada e dar andamento a cada um de seus núcleos. Óbvio que há fofura em algumas passagens e diversão, assim como há desnecessidade e prolongamentos descabidos.

É nessa linha meio Malhação que Mais Que Demais Para Mim chega até o final, perdendo pontos por ter se distanciado da força que tinha encontrado na sutileza da unidade, mas ainda atraindo outros pela estética e o jeito com que se comunica com seu público-alvo. Mesmo que tenha o final mais canalha do mundo (e muito dinheiro a ganhar pela frente) tem ali alguma criatividade na hora de se utilizar da fórmula para contar a história trágica de Marta, pena que tudo hoje tem que virar franquia.

Um grande momento
O prólogo

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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