Crítica | Streaming e VoD

A Babá: Rainha da Morte

(The Babysitter: Killer Queen, EUA, 2020)
Nota  
  • Gênero: Comédia, Terror
  • Direção: McG
  • Roteiro: Brad Morris, Jimmy Warden, McG, Dan Lagana
  • Elenco: Judah Lewis, Samara Weaving, Jenna Ortega, Emily Alyn Lind, Andrew Bachelor, Robbie Amell, Bella Thorne, Hana Mae Lee, Ken Marino, Leslie Bibb, Chris Wylde, Carl McDowell
  • Duração: 101 minutos

Eis que McG volta ao universo de Bee. Precisava? Não. Mas dinheiro é sempre bom, né? Com o sucesso de A Babá, era normal que a Netflix quisesse uma continuação e eis que entre as estreias dessa semana está A Babá: Rainha da Morte. Para a continuação, foi preciso alterar algumas coisas e desvirtuar alguns personagens. Lembram do “não é porque ela é uma psicopata que todas as mulheres são más?”, pois esqueçam.

Aquilo que serviria como o rito de passagem de Cole precisa ser retomado como se nada tivesse acontecido. Igualmente escanteado no colégio e agora tido como maluco por toda cidade, o protagonista precisa enfrentar novamente a turma da seita satânica. O roteiro não consegue decolar, mas a diversão dos que estão fazendo o filme e o carisma dos atores acaba fazendo com que as coisas fluam.

Emily Alyn Lind e Judah Lewis em A Babá: Rainha da Morte

McG mantém as inserções nostálgicas, em flashbacks “glitchados” e cheios de estilo, mesmo que eles só estejam ali para apresentar um passado dos personagens indiferente à trama. A habilidade com o humor e a precisão da trilha musical, com Dead Kennedys, Queen, Jefferson Airplaine e uma brincadeira divertida com Tommy Tutone, são inegáveis.

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O splatter também não decepciona, seguindo a pegada do primeiro filme. Se muito sangue e mutilação eram esperados, o resultado cumpre seu papel. Mas falta a alegoria que dava um gosto todo especial ao longa de 2017. Há uma tentativa insistente de trazer isso à trama, mas soa ou como repetição ou como aleatoriedade.

A Babá: Rainha da Morte

Estar diante de rostos conhecidos e de uma dinâmica familiar ajuda a minimizar problemas assim. Judah Lewis, depois de passar por filmes como Verão de 84, outro terror juvenil, e o natalino Crônicas de Natal, também na Netflix, volta como Cole, assim como todo o resto do elenco original. A novidade é Jenna Ortega, a Jane jovem de Jane the Virgin em um papel muleta dos mais mal embasados. Samara Weaving, depois de se destacar nesse universo gore com Casamento Sangrento, também está de volta como Bee, mas numa participação que resume toda a falta de habilidade do roteiro em continuar a história de seus personagens.

O apelo ao sentimentalismo barato, que chega muito bem no filme anterior, aqui quase constrange, mas se visto de maneira despretensiosa A Babá: Rainha da Morte pode divertir. Elementos para isso tem, mesmo que eles precisem muito do desprendimento do espectador. É um filme para passar o tempo que, se não tivesse tanto sangue e morte, podia estar facilmente no catálogo daqueles filmes família que povoavam as tardes nos anos 1980. Não precisava, é complicado, mas não é um desperdício de pipoca.

Um grande momento
Dois minutos no céu.

Fotos: Tyler Golden/Netflix

Ver “A Babá: Rainha da Morte” na Netflix

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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