(The Kissing Booth 2, GBR, EUA, 2020)
“Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre…”
Ah, a adolescência e seus amores eternos! Com muitos hormônios e a visão encantada do amor romântico, A Barraca do Beijo 2 chega à Netflix em uma continuação que segue de perto, ou quase, vários filmes para esse público específico, mas que não chega lá.
Elle continua namorando com Noah, mas eles estão separados pela distância, já que ele foi fazer faculdade em Boston e, nesse afastamento, as coisas começam a se perder. Em casa, as coisas também estão complicadas com a relação com Lee, seu melhor amigo, que agora tem que dar atenção à namorada Rachel.
Com um roteiro pouco profundo, com encontros e desencontros forçados, o longa de Vince Marcello precisa do background do filme anterior para se sustentar. É preciso já ter uma relação estabelecida com os personagens e suas histórias para se envolver com a narrativa.
Se o problema afeta os personagens já conhecidos, isso piora com os novos. Enquanto a apresentação de Marco vem no susto, por um alto-falante e cenas de seu corpo encharcado de suor (o porquê dessa escolha será sempre um mistério), Chloe tem a função específica de confundir o espectador, sem que nenhuma outra camada sua seja trabalhada.
Elle ainda é aquela que conta a história, explicitando suas emoções e explicando as situações numa meta-diegese cansativa e constante. Falta sutileza e sobra descrença na capacidade de quem assiste ao filme. Tudo é falado, esmiuçado, esclarecido, fazendo com que sobre pouco espaço para o sentir natural do espectador.
A Barraca do Beijo 2 tenta ainda, sem muito sucesso, ser mais representativo. Acontece que o espaço que dá as representações, quando não e artificial, é equivocado, em reações e reafirmações de estereótipos.
Com uma produção mais elaborada do que a do primeiro filme e uma vontade de preencher lacunas deixadas, A Barraca do Beijo 2 busca uma fórmula antiquada, mas ainda eficaz com o público adolescente. Mas apenas buscar não é encontrar e, aqui entre nós, o público da paixão à flor da pele e muitos hormônios merece um filme melhor. Estão aí os longas de Susan Johnson (o primeiro Para Todos os Garotos) e Alice Wu (Você Nem Imagina) para provar.
Um Grande Momento
A competição.