(The Kissing Booth 2, GBR, EUA, 2020)
“Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre…”
Ah, a adolescência e seus amores eternos! Com muitos hormônios e a visão encantada do amor romântico, A Barraca do Beijo 2 chega à Netflix em uma continuação que segue de perto, ou quase, vários filmes para esse público específico, mas que não chega lá.
![A Barraca do Beijo 2](https://cenasdecinema.com/wp-content/uploads/2020/07/a-barraca-do-beijo-2_interno1.jpg)
Elle continua namorando com Noah, mas eles estão separados pela distância, já que ele foi fazer faculdade em Boston e, nesse afastamento, as coisas começam a se perder. Em casa, as coisas também estão complicadas com a relação com Lee, seu melhor amigo, que agora tem que dar atenção à namorada Rachel.
Com um roteiro pouco profundo, com encontros e desencontros forçados, o longa de Vince Marcello precisa do background do filme anterior para se sustentar. É preciso já ter uma relação estabelecida com os personagens e suas histórias para se envolver com a narrativa.
![A Barraca do Beijo 2](https://cenasdecinema.com/wp-content/uploads/2020/07/a-barraca-do-beijo-2_interno3.jpg)
Se o problema afeta os personagens já conhecidos, isso piora com os novos. Enquanto a apresentação de Marco vem no susto, por um alto-falante e cenas de seu corpo encharcado de suor (o porquê dessa escolha será sempre um mistério), Chloe tem a função específica de confundir o espectador, sem que nenhuma outra camada sua seja trabalhada.
Elle ainda é aquela que conta a história, explicitando suas emoções e explicando as situações numa meta-diegese cansativa e constante. Falta sutileza e sobra descrença na capacidade de quem assiste ao filme. Tudo é falado, esmiuçado, esclarecido, fazendo com que sobre pouco espaço para o sentir natural do espectador.
![A Barraca do Beijo 2](https://cenasdecinema.com/wp-content/uploads/2020/07/a-barraca-do-beijo-2_interno2.jpg)
A Barraca do Beijo 2 tenta ainda, sem muito sucesso, ser mais representativo. Acontece que o espaço que dá as representações, quando não e artificial, é equivocado, em reações e reafirmações de estereótipos.
Com uma produção mais elaborada do que a do primeiro filme e uma vontade de preencher lacunas deixadas, A Barraca do Beijo 2 busca uma fórmula antiquada, mas ainda eficaz com o público adolescente. Mas apenas buscar não é encontrar e, aqui entre nós, o público da paixão à flor da pele e muitos hormônios merece um filme melhor. Estão aí os longas de Susan Johnson (o primeiro Para Todos os Garotos) e Alice Wu (Você Nem Imagina) para provar.
Um Grande Momento
A competição.