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Capitão América: Guerra Civil

(Captain America: Civil War, EUA/ALE, 2016)

Ação
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Don Cheadle, Jeremy Renner, Chadwick Boseman, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Paul Rudd, Emily VanCamp, Tom Holland, Daniel Brühl, Frank Grillo, William Hurt, Martin Freeman, Marisa Tomei, John Kani, John Slattery, Hope Davis
Roteiro: Joe Simon e Jack Kirby (personagens), Mark Millar (quadrinhos), Christopher Markus, Stephen McFeely
Duração: 147 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Assim que fez seu primeiro filme de reunião, uma lembrança acendeu na cabeça dos fãs de quadrinhos: “Guerra Civil”, quando heróis de vários universos interagem em uma mesma história, ainda que divididos por suas crenças políticas.

Lançada em 2006, a HQ foi escrita por Mark Miller com gráfico de Steve McNiven e Molly Hallowell, e tinha tudo para ser adaptada às telonas, principalmente quanto a Marvel, dois anos depois, demonstrou que começara a entender esse negócio de cinema com o lançamento de Homem de Ferro.

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Além de dois filmes de reunião, Os Vingadores e Era de Ultron, personagens individuais também ganharam seus filmes. Foram três do Homem de Ferro, dois do Thor, dois do Capitão América e um do Homem-Formiga. Muito pouco para se chegar a uma Guerra Civil, como se pode constatar com o filme, ainda em cartaz nos cinemas.

Prejudicado ainda pelo problema da venda dos direitos de alguns heróis para outros estúdios e com desenvolvimento indesejado, ou às vezes inexistente, foi preciso mudar a história em sua origem. Enquanto nos quadrinhos há um choque que justifique realmente novas medidas por parte do governo, o filme é superficial demais em sua motivação e acaba não tendo um conflito que realmente convença.

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Entre seus principais problemas estão a forçação de barra com Bucky Barnes, a desconfiguração de Visão, o surgimento do Pantera Negra e, o pior, Capitão América controlando o filme. A falta de carisma e o pouca relevância frente a outros companheiros de grupo – que já vem das HQs – faz com que a história não seja tão envolvente. O sentimento é aquele de torcida involuntária, pouco empolgada.

Sem uma motivação realmente convincente e tendo que se apoiar no Capitão, com a tal história besta de seu amigo Bucky, Guerra Civil fica devendo bastante à história que o inspirou, mas nem por isso deixa de funcionar como filme de super-herói.

São muitas as sequências bem coreografadas de luta e um trabalho primoroso dos dublês em várias cenas. É nesses momentos em que o filme consegue prender a atenção dos espectadores e fazer com que a diversão aconteça de verdade, diferente das muitas tentativas de humanização – quase uma marca registrada na trajetória de heróis como Tony Stark – e de desvios claros na personalidade dos personagens principais.

No meio da profusão de filmes de super-heróis que vêm tomando conta dos cinemas recentemente, Capitão América: Guerra Civil fica ali na média, junto com seu parceiro de editora X-Men: Apocalipse. Não é ruim como Quarteto Fantástico e nem fraco como Batman vs Superman: A Origem da Justiça, porém não chega nem perto de Homem-Formiga e de Deadpool.

Um Grande Momento:
A fuga de moto.

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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