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Frances Ha

(Frances Ha, EUA, 2012)

Comédia
Direção: Noah Baumbach
Elenco: Greta Gerwig, Mickey Sumner, Michael Esper, Adam Driver, Michael Zegen, Charlotte d’Amboise, Grace Gummer, Laura Parker, Britta Phillips, Juliet Rylance, Josh Hamilton
Roteiro: Noah Baumbach, Greta Gerwig
Duração: 86 min.
Nota: 8 ★★★★★★★★☆☆

Frances tenta, sem muito sucesso, levar uma vida adulta. Dona de um carisma ímpar, a qualidade não é suficiente para evitar as decepções da vida, mas faz com que elas sejam digeridas de uma outra maneira. São muitos os contratempos e Frances sofre com eles, mas passa por todos do mesmo modo com que sai dançando pelas ruas de Nova Iorque. Como alguém que realmente sabe superar os desafios, sem perder a graça com que vê a vida e uma fé contagiante de que tudo vai terminar bem.

Beirando os 30 anos, Frances ainda é uma espécie de estagiária em uma escola de dança, onde tira algum dinheiro dando aulas de balé para crianças pequenas. Ela tem um namorado de quem gosta mais ou menos e com quem pouco combina. Greta mora com sua melhor amiga, Sophie, que tem uma personalidade completamente opostas à sua, mas as duas se completam, tanto nas pequenas atividades diárias quanto nos relacionamentos.

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Todo gravado em preto e branco, o filme tem na naturalidade com que o roteiro se desenrola o seu grande diferencial. Situações e personalidades podem ser facilmente identificáveis e é impossível manter-se alheio ao universo que Frances constrói para si e para aqueles que a cercam. A simplicidade da linguagem, tanto textual quanto visual, transforma os espectadores em testemunhas de uma vida repleta de realidade e da qual não queremos mais nos afastar.

É como se a protagonista fosse uma daquelas pessoas ultramagnéticas e iluminadas que aparecem na vida da gente e, por mais curto que seja o período que esteja presente, deixa uma marca. Embora sentir empatia por personagens seja comum em bons filmes, o fascínio exercido por Frances não é tão usual assim. Mérito de uma atuação completamente entregue de Greta Gerwig (O Solteirão) e do roteiro escrito por ela e por seu marido, o diretor do filme Noah Baumbach (A Lula e a Baleia).

Simples e cheio de momentos inspirados, Frances Ha é um daqueles filmes dos quais não se espera muita coisa, mas que se torna uma boa surpresa, logo no primeiro contato. Com muito humor e naturalidade, mas sem ignorar alguns constrangimentos e momentos nem tão alegres assim, o longa fala de esperança e lembra que existe uma outra maneira de encarar as coisas quando tudo parece sair completamente diferente do que estava sendo esperado.

Além de tudo, com uma trilha sonora minuciosamente estudada, ainda tem “Modern Love”, do David Bowie. O que colabora – bastante – com a vontade de sair dançando do cinema.

Um Grande Momento:
Dançando na rua.

Frances-ha_poster

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=4EmU4vSL8jQ[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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