- Gênero: Romance
- Direção: Hilal Saral
- Roteiro: Yilmaz Erdogan
- Elenco: Avani Rai, Dinker Sharma, Manya Grover, Himanshu Kohli, Ashutosh Pathak
- Duração: 100 minutos
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Em algum lugar entre uma novela das sete e propagandas de planos de saúde ou agências de viagem, está O Apocalipse do Amor, novo filme turco que entrou no catálogo da Netflix essa semana. O longa conta a história de Firat, um jovem que depois de problemas com os negócios, parte em uma viagem na intenção de conseguir dinheiro, mas encontra o autoconhecimento e o amor. Estilo, nome e sinopse não escondem aquilo que se verá pelos próximos 100 minutos.

Contado em flashback, num formato que facilita as coisas, o filme não tem nada de sutil e grita o seu tema central, a morte, aos quatro ventos. O mau negócio de venda de obituários, o passado que acompanha XXX, tantas outras histórias citam ou realmente se baseiam na morte e no luto. Ainda que tudo se encaixe e justifique no roteiro de Yilmaz Erdogan, já lembrado antes aqui no site por seus filmes melosos e carregados de drama, é muito difícil mergulhar no ambiente artificial criado.
O que a diretora Hilal Saral apresenta está muito longe do orgânico e natural, e não estou falando só do jogo que o filme apresenta e se atrapalha ao querer misturar uma realidade que nada teria de possível num delírio sobrenatural. Porém, busca-se ganha pontos ao trazer o contexto pandêmico para dentro da narrativa que está bem descolada dele. Quando falo desse afastamento que vai além da vontade de contemporizar, falo de imagens plasticamente falsas, de belezas e encontros que não são efetivos.

E há muita forçação de barra também. Para um filme de auto-ajuda sobre superação e reencontro do equilíbrio, com mensagens de resiliência, aceitação e serendipity, tem um monte de coisas ruins que aconteceram. São traumas e decepções que marcaram aquelas pessoas e que agora se encontram e precisam de alguma forma estar sempre fazendo algo para estar juntas.
O Apocalipse do Amor, na verdade, quer se muito mais do que consegue. É um melodrama rasgado, mas não dosa a leveza da trama para torná-lo aprazível ao público que se interessaria por ele e é tão artificial que não consegue envolver. Sem falar que desperdiça a surpresa que teria, que mesmo que não seja tão original assim, ali coladinha com as tramas de Ivani Ribeiro, ao querer ser atual demais.
Um grande momento
Não tem