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Passarinho Lá de Nova Iorque

(Passarinho Lá de Nova Iorque, BRA, 2014)

Documentário
Direção: Murilo Salles
Duração: 89 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Cícero Filho é mais um dos muitos cineastas independentes desse Brasil. Depois de filmes que fizeram grande sucesso em sua região, ele está envolvido em mais um projeto: o longa-metragem Flor de Maio. Apesar do filme todo rodado, ele ainda está correndo atrás de patrocinadores para conseguir pagar todas as despesas.

Ao lado de sua fiel escudeira, uma produtora que faz de tudo para levantar dinheiro para as projetos, ele sente o cansaço e a desesperança comum a todos os artistas independentes do país, mas não se entrega.

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Mais do que isso, mesmo que tudo esteja conspirando contra, ele resolve que precisa refazer as cenas que não achou realmente boas na montagem final. Não tem dinheiro, não tem a mesma disposição dos outros envolvidos no projeto, mas ele não desiste.

Esse é o personagem do novo filme filme de Murilo Salles. O interesse pelo que está nas telas já aparece mesmo antes do filme, quando se vê que um cineasta reconhecido e que já está acostumado a levar filmes às telas de todo o Brasil conta a história de um outro cineasta que pouca gente conhece e que enfrenta dificuldades inimagináveis para concluir os seus projetos.

Conhecer Cícero Filho é uma experiência. Sua paixão pelo cinema, sua vontade de realizar e seus muitos sonhos são contagiantes. Um homem que abandona a casa e a família para concluir um projeto e que, tão amável e simpático, está cercado de pessoas que sentem muito prazer em ajudá-lo.

Mesmo com a força do personagem principal, que sem dúvida faz valer o filme, o documentário tem alguns problemas difíceis de serem ignorados. A montagem quadrada e pouco criativa é um deles. A trilha sonora antiquada e exagerada, outro.

Mas nada que ofusque a simpatia ou diminua o envolvimento com Cícero Filho. No final das contas, o filme é ele.

Um Grande Momento:
Em busca do sol.

Passarinho-la-de-nova-iorque_cena

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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