Crítica | Festival

Quase um Tango…


(Quase um Tango, BRA, 2009)

Ser visto depois de Memórias do Subdesenvolvimento é um problema para qualquer filme. A idéia de Sérgio Silva era justamente falar da parte bonita da vida e da beleza que existe em qualquer história, independente de problemas, momentos infelizes e tropeços que aconteçam no meio do caminho. Ou seja, dois climas completamente diferentes, com apenas 30 minutos de intervalo.

O filme é, segundo o diretor, a homenagem a dois clássicos do cinema mundial: A Noite Americana e Jules e Jim e conta a história de Batavo, órfão e sozinho, ele vive para cuidar das terras que recebeu de herança. Entre um sonho e outro com a garota do calendário, sua personificação da mulher perfeita, ele se casa, mas sua mulher não quer mais viver no interior.

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A história podia ser bonita, porém oscila entre a facilidade de elipses longas demais e a dificuldade de momentos arrastados.

O elenco está bem, mas Marcos Palmeira se mostra pouco à vontade em cenas individuais, mas, com exceção do péssimo sotaque, vai melhorando com o decorrer do filme. Vivianne Pasmanter está lindíssima e nas sutilezas diferencia suas personagens.

A fotografia do filme, apesar de excessivamente distante e centralizada para mim, é bonita, mas ficou prejudicada pela Projeção digital. E o mais estranho é que ele foi rodado em 35mm e exibido em digital, ou então eu entendi tudo errado.

A trilha original de Leo Henkin é bem interessante e está perfeita para a história, sem imposições ou excessos. O som também não estava muito bem regulado e, alto demais, incomodou bastante.

Ao fim da projeção, algumas perguntas restam não respondidas e o uso de alguns símbolos nunca serão decifrados, mas ainda com os problemas, o filme é bonito justamente por sua ingenuidade.

Merece uma segunda análise.

Um Grande Momento

Gosto do delírio final.

Drama
Direção: Sérgio Silva
Elenco: Marcos Palmeira, Vivianne Pasmanter, Alexandre Paternost, Sofia Salvatori, Araci Esteves, Margarida Peixoto
Roteiro: Sérgio Silva
Duração: 90 min.
Minha nota: 4/10

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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