- Gênero: Comédia, romance
- Direção: Elisa Miller
- Roteiro: Fernanda Eguiarte, Marcelo Tobar
- Elenco: Aislinn Derbez, Renata Notni, Gil Cerezo, Carmen Madrid, Giuseppe Gamba, Miriam Chi Chim
- Duração: 85 minutos
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Típico filme para quem quer passar o tempo, Que Culpa Tem o Carma? é uma comédia ensolarada dessas gostosas de assistir. Estreia de hoje da Netflix, o longa mexicano conta a história de Sara, uma mulher que acredita não ter nenhuma sorte na vida depois de ter sido “amaldiçoada” por sua irmã caçula em uma festa de aniversário ainda criança, quando soprou as velas do aniversário que não eram dela e ouviu que, dali para frente, todos os seus desejos seriam da outra.
Com um ritmo ligeiro e a pegada descolada, essa adaptação do filme espanhol de 2016 quer se comunicar com o público jovem. Não basta ter personagens inseridos nesse mundo de celebridades virtuais e influenciadores, também imprime sua contemporaneidade graficamente na tela, com o uso de vários elementos desse universo, e está nos diálogos, principalmente quando os pais da dupla entram em cena com seu casamento em crise e a postura diante dos dias de hoje. Tudo se equilibra com o reino off-line, na figura da protagonista e sua loja física, suas camisetas de frases e suas criações fashionistas.
Pode-se dizer também que se equilibra com esse tema que é o mais antigo de todos e que atravessa todos os tempos. Por trás de todo o azar de Sara e de sua pretensa maldição, Que Culpa Tem o Carma? gira em torno do amor. Aqui aquele primeiro amor da escola, o mais ingênuo, inesquecível e fofo até dizer chega. Bom, não é preciso dizer que o que se acompanha é previsível. É possível telegrafar quase tudo no filme, ainda que isso não o torne desagradável e nem de longe seja um problema para o gênero.
Para além do amor, há aqui uma mensagem bonitinha sobre o quanto a crença pode fazer a verdade, e como é fácil encontrar desculpas para não se aventurar, se arriscar. Há ainda uma tentativa, menos exitosa ainda que valha a intenção, de valorizar mais as relações de amizade e entre as irmãs, superando o interesse no amor romântico. O que fica mesmo, e não é muita coisa, são aqueles momentos leves, conversando diretamente com uma personagem carismática e passando um tempo com aquela família divertida.
Nada que vá mudar ninguém, Que Culpa Tem o Carma? tem a intenção de distrair e entreter, e faz isso bem. Equilibrada em suas escolhas, a diretora Elisa Miller não tenta inventar a roda e usa bem todas as ferramentas que tem, incluindo aqui o elenco carismático e famosinho por lá. Ao fim, ela fala bem com o público que escolheu e não faz feio com aqueles que querem passar o tempo vendo coisas fofinhas e despretensiosas.
Um grande momento
“Esse cara morreu”