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Saneamento Básico, o Filme

(Saneamento Básico, o Filme , BRA, 2007)

Comédia

Direção: Jorge Furtado

Elenco
: Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Paulo José, Tonico Pereira, Lázaro Ramos, Janaína Kremer, Lúcio Mauro Filho, Zéu Britto

Roteiro: Jorge Furtado

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Duração: 112 min.

Se você está querendo se divertir, essa é a melhor escolha. Jorge Furtado consegue usar a comédia como arma em uma das maiores críticas à desigualdade social, como fez com Ilha das Flores. É fácil, para ele, usar o mesmo elemento tanto em seus roteiros menos politizados, como Lisbela e o Prisioneiro e Os Normais – O Filme, quanto em produções mais críticas.

Todo filmado em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, Saneamento Básico aborda, com muito humor, a corrupção e a falta de suporte social a cidades menores deste enorme Brasil. O riacho que abastece um pequeno vilarejo está completamente poluído. Uma comissão, representando toda a população, resolve levar à prefeitura o projeto da construção de uma nova fossa. Acontece que a prefeitura não tem verba para obras, mas tem um montante de R$ 10 mil para quem apresentar um filme de ficção.

A própria comissão começa, então, a escrever um roteiro e a filmar a história de um monstro que é acordado pelas obras no córrego. Bem filme B, tudo no filme é feito por eles, a névoa, a filmagem e até a sensacional fantasia do monstro.

O casal principal, Wagner Moura e Fernanda Torres, têm uma química fantástica em cena. Moura, como sempre, desfila no papel, o que também acontece com Torres. As cenas de brigas dos dois são hilárias. No quesito discussão, Paulo José e Tonico Pereira também não ficam atrás e fazem qualquer um rolar de rir. Camila Pitanga e Bruno Garcia estão muito bem como o casal mais metido. Lúcio Mauro Filho e Zéu Britto fazem uma ponta sensacional logo no começo das filmagens do filme dentro do filme.

Destaque especial para a trilha sonora. Já que o vilarejo é de descendentes de italianos, velhas e conhecidas canções como O Sole Mio e Io Che Amo Solo Te estão ali para dar um toque todo especial.

Tecnicamente bem apresentado, é daqueles filmes que não faz uma grande diferença na vida da gente, mas que vale a pena assistir. Tanto por constatar que aqui é terra de bons atores, diretores e roteiristas, como por aquela necessidade básica que todo ser humano tem de dar umas boas gargalhadas de vez em quando.

Um Grande Momento

A micose.

Para Ver em Casa

Bruno Garcia adora fazer esculturas de massinha. No dvd, o seu hobby vira um curta de animação onde a história do Monstro do Fosso é contada de maneira diferente do filme. Bem interessante.



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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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