- Gênero: Comédia, Romance
- Direção: Stuart McDonald
- Roteiro: Josann McGibbon
- Elenco: Laura Marano, Avan Jogia, Scott Michael Foster, Jordi Webber, Megan Smart, Benjamin Hoetjes, Nell Fisher, Blair Strang
- Duração: 77 minutos
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Era 2008 quando no cinema recebemos controles remotos no cinema e podíamos escolher os destinos dos personagens no longa-metragem brasileiro A Gruta. Era muito divertido. Dez anos se passaram, as janelas de exibição mudaram e o controle passou a ser o remoto da televisão, foi quando a Netflix pegou um de seus seriados mais famosos, Black Mirror, e lançou um episódio também interativo, o Bandersnatch, e também pudemos escolher o que aconteceria na trama. As Escolhas do Amor é um filme-jogo como essas duas experiências anteriores e tão divertida quanto.
A trama bobinha conta a história de Cami Conway, uma editora de áudio que tem uma vida estável demais e quer saber mais sobre o seu futuro em uma cartomante. Lá ela descobre que algumas surpresas a esperam e seu relacionamento estável com Paul será abalado pela volta de um antigo amor do passado, Jack, e pela chegada de alguém que pode realizar seu grande sonho, Rex Galier. Se as opções entre passagens triviais da vida da protagonista são divertidas, as melhores são as que se referem ao trio.
Há uma coisa interessante na brincadeira que é a possibilidade de voltar rapidamente e ver como as coisas seriam se a opção fosse diferente daquela feita anteriormente, como na escolha de uma roupa ou em decisões mais importantes quando se aceita ou não um aumento. Outras passagens são mais triviais e menos relevantes à trama, como os joguinhos de à bordo do avião ou a competição na casa da irmã mais velha. Mas há passagens que não se queria ver, talvez pelas personas retratadas.
Isso porque alguns personagens de As Escolhas do Amor não conseguem criar qualquer empatia. Mesmo que não haja um aprofundamento no desenvolvimento de nenhum deles, já que boa parte da atenção está voltada para as possibilidades de bifurcações da trama, alguns não dizem nada a quem assiste ao filme. É o caso, por exemplo, de Jack, o ex-namoradinho da infância ativista pelos direitos humanos. Embora o primeiro encontro seja uma gracinha e cheio de potencial, ele vai se tornando uma pessoa sem grandes atrativos e essa relação vai esfriando de maneira irreversível.
O contrário acontece com o cantor de rock Rex que está ali muito sem jeito, passa por muita coisa desconjuntada, mas de alguma maneira cria um vínculo com o espectador e, interpretado por Avan Jogia (Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City), é o melhorzinho do trio. Já Cami, vivida por Laura Marano (Tratamento de Realeza) faz aquilo que se espera dela, o que não é muito. Dirigido por Stuart McDonald (Combinação Perfeita), que parece estar naquela linha de produção da Netflix que segue o padrão Hallmark Channel, o filme não se importa muito com isso.
Não há apuro na qualidade das imagens e nem profundidade no roteiro de As Escolhas do Amor, mas o que importa é a brincadeira, a possibilidade de manipular a trama e, de alguma maneira, o espectador ter a falsa sensação de que ele criou aquela história, ainda que todas aquelas opções tenham sido pensadas muito antes dele. É isso é bem divertido.
Um grande momento
O sonho