- Gênero: Suspense
- Criador: Pontus Edgren, Martina Håkansson
- Canal: Netflix
- Elenco: Hanna Ardéhn, Felix Sandman, David Dencik
- Temporadas: 1
- Duração: 45 minutos
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Aqui tentamos deixar o mais leve possível, mas, dependendo de sua sensibilidade, indicamos partir para a próxima da lista. Se você não anda bem, talvez seja melhor esperar ficar melhor para ver a série.
O quanto conhecemos de nós mesmos, as pessoas com quem nos relacionamos e quem somos quando estamos juntos? Existem relações que perturbam tanto a cabeça que nos fazem duvidar do que somos capazes e até que ponto podemos nos submeter a situações desconfortáveis, humilhantes e (muitas vezes) até cruéis por alguém. Areia Movediça, uma das melhores séries suecas da Netflix, mantém a agonia da dúvida e o sofrimento brutal de constantes decepções e nos prende nesse lugar.
Baseado no livro Störst av allt, de Malin Persson Giolito, a história mostra a jovem Maja Norberg (Hanna Ardéhn) sendo acusada de participar de uma chacina em uma escola de Estocolmo junto com seu namorado Sebastian (Felix Sandman). Além do momento do massacre, acompanhamos o dia a dia até julgamento que traz detalhes do relacionamento que nos leva a questionar o tempo todo se a protagonista é culpada ou vítima.
Com um roteiro bem amarrado e interpretações bastante convincentes, a trama vai sendo costurada como um relacionamento problemático (quem já viveu um vai entender lendo, e pode ter gatilhos assistindo): enquanto somos conduzidos pelo temperamento violento e ações inconsequentes e perigosas de Sebastian, vemos em Maja muitas atitudes questionáveis e passíveis de críticas (que em geral varia entre condizentes e submissas ao parceiro).
Além do peso do tema e da própria abordagem, Areia Movediça vem com muitas drogas, estupros, muito sangue e muita violência psicológica, de forma apropriada e na dose suficiente para entregar as evidências de um relacionamento abusivo que nos faz questionar o tempo todo sobre a apatia e falta de reação da garota diante de tudo. E é aí que é possível flagrar o momento da virada, quando começamos a achar que ela gosta disso ao ponto de ser conivente e cúmplice.
E quem nunca (nem que por uma única vez, só um tiquinho) julgou uma mulher porque estava presa a alguém que nitidamente não lhe fazia bem? Otária, burra e trouxa! É o que pensamos para aquelas que choram, reclamam e seguem no barco. Safada, cobra e ardilosa! É o julgamento para as que paralisam ou reproduzem. A importância dessa série está no fato de que após vê-la e senti-la sobram-se poucas trouxas e safadas.
Areia Movediça é uma daquelas séries que te despedaçam para te rejuntar. Daquelas que traz à memória qualquer coisinha que inevitavelmente faz doer e incomodar muito. E é por isso que ela nos faz olhar diferente muita coisa e é aí que vale cada minuto. Uma maratona recomendada para quem ainda pode ou para quando puder!
O Melhor Episódio
T01E05: O Julgamento