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Invencível

(Unbroken, EUA, 2014)

Drama
Direção: Angelina Jolie
Elenco: Jack O’Connell, Domhnall Gleeson, Garrett Hedlund, Takamasa Ishihara, Finn Wittrock, Jai Courtney, Maddalena Ischiale, Vincenzo Amato, John Magaro
Roteiro: Laura Hillenbrand (livro), Joel Coen, Ethan Coen, Richard LaGravenese, William Nicholson
Duração: 137 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Para seu segundo filme, Angelina Jolie (Na Terra de Amor e Ódio), escolheu contar a história de um ídolo dos Estados Unidos. Baseada no bestseller “Unbroken: A World War II Story of Survival, Resilience, and Redemption”, lançado em 2010, Invencível narra a vida de Louis Zamperini, um jovem filho de imigrantes que se destacou como atleta durante a juventude e, depois de convocado para a Segunda Guerra, sobreviveu aos campos japoneses de prisioneiros.

Com roteiro escrito pelos irmãos Coen (Um Homem Sério), juntamente com Richard LaGravenese (Dezesseis Luas) e William Nicholson (Os Miseráveis), em uma mistura de estilos bastante improvável, o longa-metragem é arriscado. Cenas de batalhas aéreas, flashbacks e muitos ápices estão presentes. Coisa demais para uma diretora iniciante arriscar-se a fazer.

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Para começar, uma certa tolerância ao melodrama, já bastante presente no primeiro trabalho da diretora, é necessária à experiência. Mas o resultado final não é, nem de longe, ruim como poderia ser. Jolie realmente tem problemas ao lidar com as elipses de tempo, bastante irregulares, além de exagerar na trilha sonora e se atrapalhar um pouco com a câmera lenta, mas bons momentos e a própria história em si conseguem não só transformar o longa em algo aceitável, como envolver.

Passagens inspiradas, como as do começo de vida na Califórnia, ficam bem bonitas nas mãos do diretor de fotografia Roger Deakins (007 – Operação Skyfall). Assim como as cenas de batalha também funcionam muito bem. É curioso que, por mais que se repita ou se delongue em determinadas situações, não se percebe um cansaço naquilo que se vê na tela. Tudo flui muito bem, por mais que exageros religiosos ou patrióticos e frases de efeito tentem atrapalhar.

O escolhido para viver o protagonista foi o ator britânico Jack O’Connell (Starred Up), que entrega uma atuação contida, mais física e sem grandes destaques, mas funcional. Seu principal antagonista, o Coronel Watanabe é vivido pelo iniciante Takamasa Ishihara, que vai para o outro extremo, e por mais de uma vez se perde no exagero.

Além da técnica, o filme traz uma questão interessante sobre pessoas como Zamperini. Filho de italianos que vieram para a Itália e logo depois se mudaram para Torrance, na Califórnia, Louis foi tratado com desdém e muito preconceito por todos aqueles que moravam na mesma cidade. Mesmo como alguém não aceito passou por tudo o que passou, tanto nos momentos de glória, como atleta, quanto nos momentos de provação extrema, durante a Segunda Guerra, em nome de um país que o rejeitou. É no mínimo curioso.

Apesar de tropeços e da comum falta de medida dos que estão começando com muito dinheiro, Invencível é um filme bonito e uma bela homenagem a Louis Zamperini, que, vítima de uma pneumonia em julho passado, não viveu para ver sua biografia nos cinemas.

Um Grande Momento:
A batalha.

Invencivel_poster

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=LqwPbMV-lpA[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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