Crítica | FestivalMostra SPnotas

L

36ª MostraDrama
Direção: Babis Makridis
Elenco: Aris Servetalis, Efthymis Papadimitriou, Lefteris Matthaiou, Nota Cherniavsky, Thanassis Dimou, Stavros Raptis
Roteiro: Efthimis Filippou, Babis Makridis
Duração: 87 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

(L, GRE, 2012)

Um homem quer ser o melhor naquilo que faz, para isso abre mão da família, de uma casa e qualquer outra coisa. Seu objetivo é ser o motorista mais competente de sua empresa, onde é encarregado de buscar, em um lugar afastado, o mel mais puro e entregá-lo ao seu chefe que sofre de narcolepsia. A isto dedica-se integralmente.

Tanto que mora em seu carro, onde passa os momentos com seus filhos e passeia com o melhor amigo, que pensa ser um urso. Um dia, ele é substituído por um outro motorista, que consegue não se atrasar para pegar o mel, e vê sua vida perder o sentido, assim parte numa busca por alguma coisa em que ele seja o melhor.

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L fala sobre autoconhecimento, a dificuldade em mudar e essa busca desenfreada pela realização e pela liberdade, duas coisas tão contraditórias. Vidas marcadas por passados que nunca conseguiram ser deixados para trás e presentes estagnados são inversos ao movimento constante de cada um dos personagens e é difícil imaginar algum futuro sem frustração.

Em seu primeiro longa-metragem, o grego Babis Makridis surpreende por sua compreensão muito particular do tema e pelo modo inusitado que o aborda. Ele abusa de planos estáticos; insiste em cenas logas e, de certa maneira, repetitivas e faz um uso muito interessante da música que, além de marcar a estagnação do personagem com uma propositalmente mal executada “Sonata ao Luar”, de Beethoven, diverte o público com duas canções de letras inusitadas que abrem e encerram o filme.

Meio maluco, mas interessante.

Um Grande Momento

Presenciando o fim.

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=xDYNQDxGPRE[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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