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Dicas da Mostra – Dia 1

O primeiro dia na 40ª Mostra de São Paulo começou com mitologia grega e terminou com Hollywood. Entre as correrias e apostas, o resultado desse começo foi bastante positivo, com nenhuma decepção e coisas bem interessantes.

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Interrupção
(Interruption, GRE/FRA/CRO/ITA/BIH, 2016)
Suspense
Direção: Yorgos Zois. Elenco: Alexandros Vardaxoglou, Maria Kallimani, Alexia Kaltsiki, Christos Stergioglou, Maria Filini. Roteiro: Yorgos Zois
Duração: 109 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

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O filme grego dirigido e roteirizado por Yorgo Zois tenta recriar o que poderia ter acontecido no teatro de Dubrovka em outubro de 2002, quando o público se viu surpreendido por uma invasão de militantes chechenos. Como todo o novo cinema grego, há toda uma ressignificação de elementos, tendo a mitologia como pano de fundo, aqui ainda mais literal, uma vez que o espetáculo encenado é Orestes. O filme, cheio de camadas, é bastante curioso e sustenta bem a tensão, mas não durante toda a sua duração. Do meio para o final, começa a se perder no que há entre acontecimentos e distancia o espectador. Ainda assim, é uma experiência interessante.
O filme esteve na seleção do Festival de Veneza e foi escolhido o melhor primeiro filme do ano pela Academia Grega de Cinema.

Próximas sessões na Mostra:
22/10, às 17h15, no Reserva Cultural 2
30/10, às 21h, na Cinemateca – Sala BNDES
02/11, às 20h10, no Circuito Spcine Paulo Emílio – CCSP

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Aloys
(Aloys, SWI/FRA, 2016)
Drama
Direção: Tobias Nölle. Elenco: Georg Friedrich, Tilde von Overbeck. Roteiro: Tobias Nölle
Duração: 91 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆
Contraditoriamente, Aloys dá vida ao luto. Visualmente interessante, com uma construção cuidadosa de cena, faz com que o espectador quase segure na mão de seu protagonista para acompanhar sua autodescoberta. A empatia também existe com todos os outros personagens, por menor que sejam suas participações. Some-se a tudo o uso do fantástico para a criação de uma nova realidade. Surpreendente, é um filme que pode ser incluído tranquilamente na programação.
Aloys ganhou o prêmio da crítica na mostra Panorama do Festival de Berlim e o prêmio do público no festival de Las Palmas.

Próximas sessões na Mostra:
22/10, às 18h10, no Cinearte 1
23/10, às 18h30, no MIS – Museu da Imagem e do Som
25/10, às 21h30, no Cinearte 2

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Mimosas
(Mimosas, ESP/MAR/FRA/QAT, 2016)
Drama
Direção: Oliver Laxe. Elenco: Ahmed Hammoud, Shakib Ben Omar, Said Aagli, Laaziza Ikram. Roteiro: Oliver Laxe, Santiago Fillol
Duração: 96 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆
Mimosas usa a fantasia para falar de um tema super atual, a migração. Oliver Laxe mistura universos muito distintos para falar das árduas travessias de pessoas que fogem do lugar onde sempre viveram para buscar alguma esperança de vida. A conexão, a princípio de difícil compreensão, ganha muito quando se realiza a intenção do diretor francês filho de pais imigrantes espanhóis. Com uma fotografia maravilhosa, assinada por Mauro Herce, o filme tem alguns problemas de ritmo e parece maior do que é na verdade. Mas é mais um que vale a pena estar na programação, por tratar de um jeito completamente novo um tema que vem se repetindo no cinema.
O filme ganhou o prêmio da Semana na Crítica no Festival de Cannes.

Próximas sessões na Mostra:
21/10, às 19h30, no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca 2
23/10, às 22h, no Espaço Itaú de Cinema – Augusta 1
25/10, às 15h30, no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca 3
20/10, às 22h10, no Cine Caixa Belas Artes – Sala 1 Vila-Lobos

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Desconhecida
(Complete Unknown, EUA, 2016)
Suspense
Direção: Joshua Marston. Elenco: Rachel Weisz, Michael Shannon, Michael Chernus, Azita Ghanizada, Kathy Bates, Danny Glover. Roteiro: Joshua Marston, Julian Sheppard
Duração: 91 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆
Apesar da premissa Joshua Marston, com uma personagem que tem em si uma grande quantidade de vidas distintas, Desconhecida não consegue deixar de ser um filme comum, sem grandes atrativos. Alguns diálogos são interessantes e algumas participações são nostálgicas, mas falta aquele apelo que transforma um filme. Há problemas com a química entre Weisz e Shannon e um distanciamento negativo em todas as relações entre os personagens. Não incomoda, mas também não acrescenta. Ainda assim, é um bom filme para descansar das densas experiências de uma mostra de cinema do tamanho da Mostra de São Paulo.

Próximas sessões na Mostra:
22/10, às 19h25, no Reserva Cultural 2
23/10, às 20h, no Cinesala
28/10, às 19h20, no Espaço Itaú de Cinema – Augusta 1

*A programação está sujeita a alterações. Consulte o site do evento para conferir as mudanças.

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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