- Gênero: Ficção
- Direção: Timothy Michael Cooper
- Roteiro: Timothy Michael Cooper
- Elenco: Ana Cruz Kayne, Danny Deferrari, Mallory Portnoy, Jordan Carlos
- Duração: 12 minutos
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Os extraterrestres representam quase sempre uma ameaça. Geralmente são invasores que chegam para tomar corpos, explodir cidades, explorar riquezas naturais ou exterminar a humanidade. Não em Knead. No curta de Timothy Michael Cooper, os alienígenas chegam na Terra de outra maneira, com outros propósitos e causando um efeito bem diferente nas pessoas. O filme se passa no início dos anos 1960 e tem como protagonista Olive.
Vivida por Ana Cruz Kayne, ela é uma dona de casa tradicional que passa os dias inventando receitas de bolos e doces enquanto o marido provedor vive a vida. Com um sonho de ir para França e cursar a Cordon Bleu, as novidades de seu cotidiano são as experimentações criativas na cozinha e os elogios ocasionais – e comparações – que recebe por conta disso. O humor dá o tom à trama que vai se desenvolvendo de maneira curiosa, na interação do casal e na contraposição inesperada, que chega da vizinhança, numa inspirada participação de Mallory Portnoy como a amiga afetada pelos visitantes. Se o momento de surto arranca boas risadas, sua ruptura com o padrão e transformação, em postura e apresentação, é ótima também.
Todo o trabalho cuidadoso de ambientação, em uma direção de arte e figurino atentos a elementos e cores de Becky Lee Morgan e Sarah Cogan, respectivamente, é interessante. Tanto a construção do que está posto quanto a exposição do que pode ser diferente funcionam bem. Cooper dá tempo aos personagens, entende o timing de cada um de seus atores e trabalha as informações com competência. Sabendo utilizar os elementos que tem à mão, dá toques de ansiedade a sua comédia absurda e cativa o espectador, que fica torcendo e esperando junto com Olive por seu momento.
Mesmo partindo de elementos tão conhecidos do cinema e tratando de temas igualmente banais, Knead faz rir de maneira autêntica e genuína. São imagens que se ressignificam e se modificam, assim como são histórias que se direcionam para caminhos inusitados. Afinal de contas, a ameaça, na verdade, sempre esteve aqui, no sofá da sala ou de máscara no jardim. Seja em que tempo for, pelo motivo que for, com humor, um quadro de libertação como esse, quando bem pintado, sempre vai chamar a atenção..
Um grande momento
De máscara