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Oscar 2022 – Confira os indicados

Netflix em Festa

Acaba de ser liberada a mais esperada lista cinematográfica do ano, aquela que todos amam odiar, falar mal, xingar, dizer que não representa nada, nem qualidade nem relevância, que os prêmios serão esquecidos no dia seguinte, mas que todo mundo comenta e corre atrás de saber. O Oscar 2022 aprontou das suas, e na maioria dos casos, entre mortos e feridos, conseguiu salvar quem precisava ser salvo, qualitativamente falando. Ah, óbvio que sentimos falta de Ruth Negga em ‘Identidade’, do elenco de ‘Mass’, de ainda mais indicações para filmes internacionais fora de sua zona de especulação, mas me parece uma lista bem mais apresentável do que fizeram o BAFTA, o Globo de Ouro, o SAG e o Critics Choice.

Como essa análise vem sendo debatida nos últimos anos, o acréscimo de votantes internacionais, não necessariamente falando a língua inglesa, têm dado a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas um valor raro nas últimas temporadas, que fazem sua lista de indicados parecer sempre mais única e representativa. Não importa muito os grandes erros (sejam quais forem os apontamentos deles, geralmente subjetivos), mas os acertos pontuais que a Academia faz e que não necessariamente teriam a obrigação de fazer. Incluir filmes falados em japonês, norueguês, dinamarquês e espanhol entre seus indicados rejuvenesce a lista, independentes dos ‘baits’, que aparecerão todos os anos.

Prêmio Abraccine: Ataque dos Cães
Kirsty Griffin/Netflix

Netflix em festa

A festa é ouvida de longe a acontecer dentro da sede da Netflix, que pela primeira vez consegue ter 12 indicações para um único título, o favorito do ano ‘Ataque dos Cães’, dirigido por Jane Campion. Além dele, ‘Não Olhe para Cima’ também apareceu na categoria principal, além do surgimento aqui e ali de ‘tick tick… BOOM!’, ‘A Mão de Deus’, ‘A Filha Perdida’ e vários curtas. É um feito que pode finalmente dar a vitória para o streaming mais poderoso do planeta hoje, um caso muito específico para um filme que coleciona prêmios por onde passa, e é o filme mais premiado do ano em pelo menos 6 categorias diversas. A propósito, essa é apenas a primeira vez na História que uma diretora concorre ao Oscar pela segunda vez, quando todas antes dela tiveram indicações únicas que não foram repetidas – Campion foi indicada por ‘O Piano’ em 1994, e retorna como favorita da categoria. 

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Seu maior rival é mesmo ‘Belfast’, produção britânica dirigida por Kenneth Branagh, que volta a ser indicado ao Oscar da categoria depois de apenas pelo seu primeiro filme ter conseguido (‘Henrique V’). Foram 7 indicações no total e a ala mais conservadora inteira para abraçar, embora o filme tenha tido bem menos indicações do que parecia capaz (nem fotografia, nem montagem, apenas dois do elenco, e uma ínfima presença entre as categorias técnicas). Pode significar perda de força, mas também pode significar resistência diante do rochedo Campion. 

‘Duna’, que se avizinhava tentar essa primazia de ter o maior número de indicações, ficou com 10 e viu uma óbvia indicação de direção sumir, e a indicação de roteiro se confirmar. Ainda assim, é um filme que tenta repetir os feitos de ‘Gravidade’ e ‘Mad Max: Estrada da Fúria’, compensando na quantidade de prêmios técnicos pra provar sua importância no ano. A essa altura, porém, ele tem competidores dispostos a deixá-lo não sorrir tanto. 

Os outros dois títulos que tiveram um número de indicações expressiva foram ‘Amor Sublime Amor’ e ‘King Richard’, respectivamente com 7 e 6 indicações, provando que seu infeliz insucesso de bilheteria não significou muita coisa para os olhos da Academia, que agraciou ambos com indicações importantes, e efetivamente algum prêmio deve sair para ambos, ainda que sejam apenas atriz coadjuvante e ator, aos favoritos Ariana DeBose e Will Smith. O remake musical de Spielberg para o clássico de 60 anos atrás e a biografia sobre o pai de Venus e Serena Williams pareciam, em algum momento da corrida, destinados a mais. 

Na área dos filmes estrangeiros, a festa é japonesa. ‘Drive my Car’, o fabuloso drama vencedor do prêmio de roteiro em Cannes dirigido pelo novo queridinho cinéfilo Ryûsuke Hamaguchi, furou a bolha e teve 4 indicações, incluindo melhor filme, direção e roteiro adaptado; obviamente é o favorito de sua categoria internacional. Além dele, o noruguês ‘The Worst Person in the World’, que também foi premiado em Cannes foi indicado a melhor roteiro original, o novo filme de Pedro Almodovar, ‘Mães Paralelas’ a melhor atriz (a vencedora da Copa Volpi, Penelope Cruz) e trilha sonora, e o dinamarquês ‘Fuga’ conseguiu um feito e tanto: indicações a filme internacional, animação e documentário. Podia ganhar um deles, né?

Quem ficou de fora?

No campo das atuações, esteve a maior esnobada do ano: Lady GaGa, presente em todas as listas de indicações até agora, ficou de fora, abrindo espaço para a indicação de Kristen Stewart (por ‘Spencer’) se transformar em realidade. Entre os atores, Pater Dinklage (de ‘Cyrano’) foi preterido pelo marido de Cruz, Javier Bardem, que representou Desi Arnaz em ‘Apresentando os Ricardos’. Jessie Buckley (de ‘A Filha Perdida’) pegou a vaga de Negga, e Judi Dench roubou a companheira de elenco Caitriona Balfe em ‘Belfast’. A categoria de ator coadjuvante que foi tão indecisa toda a temporada, arrefeceu – no fim das contas, a indicação rifada foi a de J.K. Simmons, também por ‘Apresentando os Ricardos’; os outros, estavam no páreo. 

No próximo dia 27 de março, vamos acompanhar a consagração desses e muitos outros nomes (Olivia Colman irá levar um segundo Oscar tão rápido? Billie Ellish será a primeira pessoa nascida no novo milênio a vencer? Teremos dobradinha do Oscar de direção feminino, com Chloe Zhao entregando o troféu a Jane Campion? A Netflix finalmente conseguirá desencantar com um filme seu na categoria principal, e logo o que talvez mais mereça de todos que já concorreram?), e enquanto isso, a despeito dos ‘haters’ profissionais, o barato é comentar esse lista abaixo, que ficou lindona. 

Os indicados ao Oscar 2022: 

Melhor filme

Melhor direção

Melhor atriz

Melhor atriz coadjuvante

Melhor ator

Melhor ator coadjuvante

Melhor roteiro adaptado

Melhor roteiro original

Melhor animação

  • Encanto Jared Bush, Byron Howard, Yvett Merino e Clark Spencer
  • Fuga Jonas Poher Rasmussen, Monica Hellström, Signe Byrge Sørensen e Charlotte De La Gournerie
  • Luca Enrico Casarosa and Andrea Warren
  • A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas Mike Rianda, Phil Lord, Christopher Miller e Kurt Albrecht
  • Raya e o Último Dragão Don Hall, Carlos López Estrada, Osnat Shurer e Peter Del Vecho

Melhor filme internacional

Melhor documentário

  • “Ascension” Jessica Kingdon, Kira Simon-Kennedy e Nathan Truesdell
  • “Attica” Stanley Nelson e Traci A. Curry
  • Fuga Jonas Poher Rasmussen, Monica Hellström, Signe Byrge Sørensen e Charlotte De La Gournerie
  • Summer of Soul (…Or, When the Revolution Could Not Be Televised) Ahmir “Questlove” Thompson, Joseph Patel, Robert Fyvolent e David Dinerstein
  • “Writing with Fire” Rintu Thomas e Sushmit Ghosh

Melhor fotografia

Melhor montagem

Melhor som

  • Belfast Denise Yarde, Simon Chase, James Mather and Niv Adiri
  • Duna Mac Ruth, Mark Mangini, Theo Green, Doug Hemphill and Ron Bartlett
  • 007 – Sem Tempo Para Morrer Simon Hayes, Oliver Tarney, James Harrison, Paul Massey and Mark Taylor
  • Ataque dos Cães Richard Flynn, Robert Mackenzie and Tara Webb
  • Amor, Sublime Amor Tod A. Maitland, Gary Rydstrom, Brian Chumney, Andy Nelson and Shawn Murphy

Melhor desenho de produção

Melhor figurino

Melhor maquiagem e cabelo

Melhor trilha musical

Melhor canção

Melhores efeitos visuais

Melhor curta documentário

  • “Audible” Matt Ogens e Geoff McLean
  • Onde Eu Moro Pedro Kos e Jon Shenk
  • “The Queen of Basketball” Ben Proudfoot
  • Três Canções para Benazir Elizabeth Mirzaei e Gulistan Mirzaei
  • “When We Were Bullies” Jay Rosenblatt

Melhor curta de animação

  • “Affairs of the Art” Joanna Quinn e Les Mills
  • Bestia Hugo Covarrubias e Tevo Díaz
  • “Boxballet” Anton Dyakov
  • A Sabiá Sabiazinha Dan Ojari e Mikey Please
  • “The Windshield Wiper” Alberto Mielgo e Leo Sanchez

Melhor curta em live-action

  • “Ala Kachuu – Take and Run” Maria Brendle e Nadine Lüchinger
  • “The Dress” Tadeusz Łysiak e Maciej Ślesicki
  • “The Long Goodbye” Aneil Karia e Riz Ahmed
  • “On My Mind” Martin Strange-Hansen e Kim Magnusson
  • “Please Hold” K.D. Dávila e Levin Menekse

Redação

O Cenas de Cinema é um veículo informal e divertido que tem como principal objetivo divulgar a sétima arte, com críticas, notícias, listas e matérias especiais
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