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A Melhor Mãe do Mundo e Kabuki fazem dobradinha paulistana no Cine PE 2025

Foi uma semana intensa, como não pode ser diferente em um festival de cinema. São inúmeras atividades, debates, entrevistas, além de assistir aos filmes e criar material para a cobertura. No meio dessa avalanche de eventos, descobrir a ignorância de cineastas frustrados em relação ao cinema brasileiro – que sim, está em uma das melhores fases de sua História, viu frustrados? – não diminuiu o brilho do Cine PE 2025, uma edição que arrisco dizer, deve ter sido a melhor dos últimos 8 anos. No sentido do equilíbrio entre as obras, na quantidade elevada de títulos acima da média, essa vai ser uma edição que só nos deixa com água na boca para o aniversário de 30 anos, ano que vem. 

O grande vencedor desta edição, arrisco dizer, foi São Paulo. O estado dominou as premiações de longas e curtas, arrebatando os principais prêmios das mostras principais. Entre os longas, A Melhor Mãe do Mundo confirmou o favoritismo e venceu em 5 categorias, entre elas melhor filme, roteiro e montagem. Entre os curtas, Kabuki chega para a façanha de ser o terceiro vencedor consecutivo de sua categoria em animação (os anteriores foram Hoje eu Só Volto Amanhã e Eu Nunca Contei a Ninguém). 

O filme de Anna Muylaert estreia dia 7 de agosto, e também levou os prêmios de melhor atriz para Shirley Cruz e melhor atriz coadjuvante para Rejane Faria. Em sua cola, Senhoritas de Mykaela Plotkin mostrou-se um rival à altura, levando melhor filme pelo júri da crítica, melhor direção, melhor fotografia, melhor direção de arte e melhor ator coadjuvante, para Genézio de Barros. O prêmio de melhor ator na categoria foi para Octávio Camargo, por Nem Toda História de Amor Acaba em Morte, que também levou o prêmio de melhor filme pelo júri popular.

Já a animação de Tiago Minamisawa levou, além de melhor filme, os prêmios de melhor direção, melhor direção de arte e melhor trilha sonora. Casulo foi o filme que levou os prêmios mais expressivos abaixo dele, com melhor roteiro e atriz, indo para a mesma Aline Flores, a mentora do projeto, além do prêmio do júri da crítica. Depois do Fim levou melhor ator para Rafael Lozano e melhor filme, de acordo com o júri popular. 

Já entre os curtas locais, o impressionante Esconde Esconde foi o destaque, vencendo em melhor montagem, direção e filme, para Vitória Vasconcellos. Babalu é Carne Forte venceu em roteiro e direção de arte, enquanto Sertão 2138 levou os prêmios de atuação, para Clau Barros e Asaías Rodrigues. 

Uma curiosidade subjetiva: houve qualidade não apenas na curadoria de Edu Fernandes e Carissa Vieira, como na resposta dos júris. Apesar de escolhas que poderiam ser distintas aqui e ali, não houve qualquer prêmio injusto ou absurdo em qualquer categoria. No geral, houve acertos generalizados, e a sensação ao voltar para casa é que a justiça prevaleceu, ainda que grandes filmes como O Último Varredor e Itatira (que ganharam os mesmos prêmios, cada um em sua categoria) pudessem ter saído com algo a mais. 

Abaixo, a listagem de vencedores: 

LONGAS-METRAGENS – JÚRI OFICIAL

Melhor Filme: “A Melhor Mãe do Mundo”, de Anna Muylaert (SP)
Melhor Direção: Mykaella Plotkin – “Senhoritas” (PE)
Melhor Roteiro: Anna Muylaert – “A Melhor Mãe do Mundo” (SP)
Melhor Fotografia: Cris Lyra – “Senhoritas” (PE)
Melhor Montagem: Fernando Stutz – “A Melhor Mãe do Mundo” (SP)
Melhor Edição de Som: Rosana Stefanoni – “Itatira” (SP)
Melhor Direção de Arte: Ana Mara Abreu – “Senhoritas” (PE)
Melhor Trilha Sonora: Diogo Felipe – “O Ano em que o Frevo Não Foi para Rua” (SP)
Melhor Ator Coadjuvante: Genézio de Barros – “Senhoritas” (PE)
Melhor Atriz Coadjuvante: Rejane Farias – “A Melhor Mãe do Mundo” (SP)
Melhor Ator: Octávio Camargo – “Nem Toda História de Amor Acaba em Morte” (PR)
Melhor Atriz: Shirley Cruz – “A Melhor Mãe do Mundo” (SP)

CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS – JÚRI OFICIAL

Melhor Filme: “Esconde-esconde”, de Vitória Vasconcellos
Melhor Direção: Vitória Vasconcellos – “Esconde-esconde”
Melhor Roteiro: Xulia Doxagui – “Babalu é Carne Forte”
Melhor Fotografia: João Rubio Rubinato – “Esconde-esconde”
Melhor Montagem: Priscila Nascimento – “Sonho em Ruínas”
Melhor Edição de Som: Priscila Nascimento – “Sonho em Ruínas”
Melhor Direção de Arte: Alex Ferreira – “Babalu é Carne Forte”
Melhor Trilha Sonora: Grupo Boi Tira-Teima – “O Carnaval é de Pelé”
Melhor Ator: Asaías Rodrigues – “Sertão 2138”
Melhor Atriz: Clau Barros – “Sertão 2138”

CURTAS-METRAGENS NACIONAIS – JÚRI OFICIAL

Melhor Filme: “Kabuki”, de Tiago Minamisawa (SP)
Melhor Direção: Tiago Minamisawa – “Kabuki” (SP)
Melhor Roteiro: Aline Flores – “Casulo” (SP)
Melhor Fotografia: Elisa Ratts – “A Caverna” (PR)
Melhor Montagem: Marília Albuquerque – “Liberdade Sem Conduta” (RN)
Melhor Edição de Som: Augusto Krebs – “O Último Varredor” (MT)
Melhor Direção de Arte: Guilherme Petreca – “Kabuki” (SP)
Melhor Trilha Sonora: Gustavo Kurlat e Ruben Feffer – “Kabuki” (SP)
Melhor Ator: Rafael Lozano – “Depois do Fim” (SP)
Melhor Atriz: Aline Flores – “Casulo” (SP)

PRÊMIOS ESPECIAIS

Melhor Curta Nacional segundo a Abraccine: “Casulo”, de Aline Flores (SP)

Melhor Longa segundo a Abraccine: “Senhoritas”, de Mykaella Plotkin (PE)

Melhor Curta Pernambucano – Júri Popular: “O Carnaval é de Pelé”, de Lucas Santos e Daniele Leite

Melhor Curta Nacional – Júri Popular: “Depois do Fim”, de Pedro Maciel (SP)

Melhor Longa – Júri Popular: “Nem Toda História de Amor Acaba em Morte”, de Bruno Costa (PR)

Redação

O Cenas de Cinema é um veículo informal e divertido que tem como principal objetivo divulgar a sétima arte, com críticas, notícias, listas e matérias especiais
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