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Homem-Aranha: De Volta ao Lar

(Spider-Man: Homecoming, EUA, 2017)
Ação
Direção: Jon Watts
Elenco: Tom Holland, Michael Keaton, Robert Downey Jr., Marisa Tomei, Jon Favreau, Gwyneth Paltrow, Zendaya, Donald Glover
Roteiro: Stan Lee, Steve Ditko (quadrinhos), Jonathan Goldstein, John Francis Daley, Jon Watts, Christopher Ford, Chris McKenna, Erik Sommers
Duração: 133 min.
Nota: 8 ★★★★★★★★☆☆

Depois de uma aparição marcante em Capitão América – Guerra Civil, Homem-Aranha, o amigo da vizinhança, tem agora o seu próprio longa. Por trás do uniforme vermelho e azul e das incríveis acrobacias, está o jovem Peter Parker que abre o longa com a câmera na mão, transmitindo e narrando os acontecimentos da Guerra Civil e suas façanhas ao lado do time do Homem de Ferro. Esta opção dá ao longa-metragem, uma uma parceria entre Marvel e Sony, com Tom Holland (O Impossível) (2012), no papel do herói aracnídeo e direção de Jon Watts (A Viatura), o tom divertido e jovial.

Em Homem-Aranha: De Volta ao Lar, Peter Parker está com 15 anos e essa imaturidade renova o deslumbre que o garoto tem com sua própria história. O que, aliás, é condizente com a origem do personagem criado por Stan Lee e Steve Ditko na década de 60. Por falar em origem, dessa vez a história não volta às raízes do super-herói, mas demonstra o cotidiano de Peter Parker, com o jovem tentando contrabalançar seus superpoderes com bandidos e vilões pela cidade e sua não menos difícil vida de colegial.

O roteiro parte do pressuposto que todos conhecem a origem do Homem-Aranha, o que aconteceu com o tio Ben e a personalidade de Peter, o que, de fato, não é “pedir demais” e muito menos pular etapas, pois a história se concretiza sem esses detalhes.

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Se durante os acontecimentos da Guerra Civil, Tony Stark usou o jovem Peter como uma carta na manga, agora, o experiente líder dos Vingadores devolve o garoto ao seu lar. É como um retorno a um estágio onde ele será monitorado e deverá permanecer longe de perigos maiores, que ainda não está pronto para enfrentar.

De volta a sua rotina, aulas, flertes não muito bem desenvolvidos e com o novo traje herdado de sua atuação junto aos Vingadores, o amigo do bairro retira gatos do alto de árvores, impede pequenos furtos e dá informações a simpáticas senhorinhas. Porém, novos acontecimentos chamam atenção de Peter quando ele flagra ladrões num banco portando armas com um poder de outro mundo. É hora de Homem Aranha mostrar a sua capacidade, ou não?

Quando Peter inicia novas investigações, ele se depara com um novo vilão na cidade, um perigo talvez muito maior do que talvez esteja preparado, trata-se de Abutre.

Embora a parte de apresentação de personagens e vilões não exista, a ação demora um pouco a acontecer, o que não chega a ser um demérito, pois a interpretação de Tom Holland e a graça do personagem rapidamente cativam o público. Com pouca participação na tela, Robert Downey Jr (O Juiz) mantém o cinismo e ironia de Stark em alta, enquanto seu assistente Happy, interpretado por John Favreau (Chef), participa de boa cenas e diálogos hilários.

Na contramão desses dois personagens, Michael Keaton (Birdman) entrega um vilão bastante convincente, com motivações pra lá de realistas, como a conquista de dinheiro através de um negócio sujo. Costume entre os vilões do Spider Man, que não são inteiramente maus ou suas ações partem de uma resposta a uma situação que a sociedade lhes impôs, há também aqui a dualidade.

A experiência de assistir Homem-Aranha: De Volta ao Lar, é bastante satisfatória. Com ótimos efeitos e boas interpretações, Jon Watts consegue, mesmo ser fazer grandes mudanças, dar um novo fôlego ao personagem e prepará-lo para algo maior nas sequências do universo Marvel. O filme capta o deslumbre do personagem, um garoto de 15 anos, diante de acontecimentos fantásticos, e consegue transportar o mesmo encanto para o público, tornando-o, mais do que nunca, Spider Man, o amigo da vizinhança.

Um Grande Momento:
Câmera nas mãos de Peter.

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Ygor Moretti

Ygor Moretti Fioranti, paulista nascido em 1980 e formado em Letras, trabalha como designer gráfico. É poeta esporádico, contista por insistência... Santista, cinéfilo, rato de livrarias, sebos e bancas de jornal. Assisti e lê de tudo, de cinema europeu a Simpsons; de Calvin e Haroldo a Joseph Conrad. Mantém o blog Moviemento e colabora na sessão de cult movies com O Cinemista.
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