Crítica | FestivalMostra SP

A Guerra de Anna

(Voyna Anny, RUS, 2018)
Drama
Direção: Aleksey Fedorchenko
Elenco: Marta Kozlova, Ilya Belov, Sergey Fedorov, Konstantin Itunin, Yekaterina Sokolova, Aleksandr Vakhov, Lyubov Vorozhtsova
Roteiro: Aleksey Fedorchenko, Nataliya Meshchaninova
Duração: 74 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆
(Voyna Anny, RUS, 2018)
Guerra
Direção: Aleksey Fedorchenko
Elenco: Marta Kozlova, Ilya Belov, Sergey Fedorov, Konstantin Itunin, Yekaterina Sokolova, Aleksandr Vakhov, Lyubov Vorozhtsova
Roteiro: Aleksey Fedorchenko, Nataliya Meshchaninova
Duração: 74 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Em 1941, em uma zona de ocupação nazista, na Segunda Guerra Mundial, corpos mortos amontoam-se na terra preta. Um deles se mexe. Sob o corpo inerte de sua mãe, Anna ainda está viva. Ela encontra abrigo, mas percebe que terá que se virar sozinha dali em diante. A Guerra de Anna retrata a tentativa de sobrevivência da criança em um escritório improvisado do comando nazista.

Anna precisa manter-se viva, escondendo-se e saindo para explorar o local e as possibilidades à noite. Contra ela estão o dias movimentados no escritório, as festas esporádicas e a inevitável solidão. A menina consegue superar todos esses obstáculos, mas tem dificuldades para encontrar um meio de sair dali.

Marta Kozlova em A Guerra de Ana (Voyna Anny, 2018)

Mesmo que seja apelativo no conteúdo, o longa-metragem de Aleksey Fedorchenko consegue se diferenciar pelo apelo da protagonista, numa atuação envolvente da pequena Marta Kozlova; pela forma como se utiliza de uma fotografia bastante naturalista, assinada por Alisher Khamidkhodzhaev; e na segurança com que constrói a tensão.

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Não que seja difícil criar suspense vendo uma criança de seis anos nas condições em que Anna se encontra, mas há um evidente equilíbrio nessas situações, bons motivos de respiro, e uma construção interessante da manutenção daquela vontade de viver que não tem muito de onde sair. Tudo poderia facilmente descambar para o melodrama ansioso, mas consegue se manter bem nesse local de drama de sobrevivência.

Marta Kozlova em A Guerra de Ana (Voyna Anny, 2018)

Ao construir o já comum espaço de guerra longe da guerra, o longa desperta a empatia e o repúdio ao conflito sem dedicar-se ao maniqueísmo comum do gênero, ainda que obviamente escolha um lado para contar a história. Sabendo apoiar-se na imagem mais clássica da esperança, torna-se uma experiência única e dolorida.

A Guerra de Anna é um filme simples, com uma história de apelo óbvio, algumas opções batidas, mas que encontra um caminho original para seguir. Um drama de guerra sem guerra que vai agradar a muitos dos que o assistirem.

Um Grande Momento:
Encontro na chaminé.

[42ª Mostra de São Paulo]

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. Faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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