Entre os eventos mais aguardados da CCXP Worlds, um deles aconteceu neste sábado na Thunder Arena. O painel da Diamond Films Brasil e da Galeria Distribuidora que trouxe Jessica Chastain, Penélope Cruz e Fan BingBing para falar sobre o longa As Agentes 355. Na conversa, elas exaltaram o papel feminista do longa, que tem um elenco com atrizes de diferentes nacionalidades. Além das presentes, o filme traz Diane Kruger e Lupita Nyong’o.
Chastain, que também assina a produção do filme e foi a responsável pelo convite às colegas e falou sobre como sempre quis trabalhar com cada uma delas. A atriz também não escondeu a empolgação com o projeto: “É interessante contar histórias que exibem versões excepcionais de quem somos em termos de sociedade, gênero ou raça”.
BingBing destacou que a bagagem das atrizes e o fato de todas serem de lugares diferentes fez a experiência ser muito especial, além de afirmar o quanto gostava de fazer filmes voltados para a força da mulher. disse que amava fazer filmes voltados para a força das mulheres. “São [filmes] muito importantes para a sociedade”, afirmou.
Cruz se disse muito honrada com o convite e muito satisfeita por não fazer uma espiã como as tradicionais do cinema. “São as mulheres que estão salvando o mundo de verdade”, concluiu a atriz espanhola.
“Não quero rotular o filme, mas é importante que meninas e meninos de 13 anos assistam para entenderem algumas questões de gênero e raciais”, concluiu Chastain afirmando que é importante pensar em um futuro diferente.
As Agentes 355 é dirigido por Simon Kinberg (X-Men: Fênix Negra), o que é um baita banho de água fria. Qual é realmente o esforço feminista em um filme se ele segue sendo dirigido por um homem? Há um certo preconceito, principalmente nos filmes de ação quando a decisão criativa precisa ser entregue a uma mulher e isso contraria todos os esforços nessa tentativa transformadora. E não há mais justificativa para isso.
Primeiramente, porque são outros tempos, depois porque já vários nomes se mostraram perfeitamente capazes de assumir a função. Temos Karyn Kusama, a primeira mulher a dirigir um filme de uma super-heroína há muitos anos atrás (Aeon Flux); Patty Jenkins, Cathy Yan e Anna Boden nos blockbusters Mulher Maravilha, Aves de Rapina e Capitã Marvel, respectivamente; Gina Prince-Bythewood, com seu The Old Guard; sem falar na sempre presente no cinema de ação Kathryn Bigelow. Ou seja, não há porquê.
O fato de As Agentes 355 ser corroteirizado por uma mulher, Theresa Rebeck (ao lado do diretor), e ter um elenco feminino, transforma realmente alguma coisa? Mesmo que seja um projeto do próprio Kinberg é preciso que esse tipo de postura seja revisto pelo sistema de produção, que os próprios homens, enquanto produtores olhem para os produtos e pensem em todas as fases do processo, do começo ao fim da cadeia, da escrita à finalização. As mulheres envolvidas também, principalmente aquelas que vão investir o dinheiro.]
Dois depoimentos, dois filmes
Ainda no painel da Diamond/Galeria foi apresentado o case dos filmes A Menina Que Matou Os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais, que conta a história do Caso Richthofen baseando-se nos testemunhos do processo judicial. São dois filmes diferentes, apresentados separadamente. Assim o espectador pode assistir às duas versões. A conversa contou com a presença da atriz Carla Diaz e dos roteiristas Raphael Montes e Ilana Casoy.