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El motoarrebatador

(El motoarrebatador, ARG/URU/FRA, 2018)
Drama
Direção: Agustín Toscano
Elenco: Sergio Prina, Liliana Juarez, Leon Zelarayan, Daniel Elías, Camila Plaate, Pilar Benitez Vivart, Mirella Pascual
Roteiro: Agustín Toscano
Duração: 93 min.
Nota: 5 ★★★★★☆☆☆☆☆

Em dezembro de 2013, 17 cidades argentinas sofreram várias ondas de saques durante a greve das polícias locais. Uma dessas cidades era Tucumán, onde se desenrola a trama de El motoarrebatador. Miguel, um homem que usa sua moto para assaltar pedestres, como induz o nome, fica preocupado com uma das vítimas. A culpa faz com que ele se aproxime dela e algumas condições favorecem a criação de um vínculo entre eles.

O longa-metragem conta com personagens cativantes e uma história interessante, que se constrói num espaço de inverdades e sentimentos contraditórios, como se sempre houvesse muito mais coisa por trás daquilo que está aparente. A sensação de suspense, na espera por aquela virada que fatalmente chegará, são eficientes e contam pontos a favor do filme.

Porém, a preocupação com a construção e inovação de planos chama mais atenção do que deveria e este visual, embora belo por vezes, traz uma artificialidade que contraria a proposta mais pessoal que está sob a superfície. O que se conta é crível e palpável, mas o que se vê está em um outro registro, afastado do natural.

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Embora haja esse desequilíbrio entre forma e conteúdo, é notório que Agustín Toscano (Los dueños) consegue trabalhar bem a tensão e explorar o lado mais psicológico de seus personagens. Destaque também para a atuação de Sergio Prina como Miguel. Mesmo imperfeito, El motoarrebatador tem qualidades para ser uma boa pedida para a 42ª Mostra de São Paulo.

Um Grande Momento:
“Eu sei qual é a sua moto.”

Próximas sessões na Mostra:
Dia 22, às 17h50 – Reserva Cultural 1
Dia 30, às 16h – Espaço Itaú – Frei Caneca 2
Dia 31, as 21h50 – Espaço Itáu – Augusta 1

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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