Crítica | FestivalMostra de Tiradentes

Fernando

(Fernando, BRA, 2017)
Documentário
Direção: Julia Ariani, Paula Vilela, Igor Angelkorte
Elenco: Fernando Bohrer, Rubens Barbot, Carolina Virgüez, Jacob Herzog, Igor Angelkorte, Chandelly Braz, Paula Vilela, Arnaldo Marques, Claudia Mele, Damiana Guimarães, Ligia Veiga
Roteiro: Julia Ariani, Paula Vilela, Igor Angelkorte
Duração: 71 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

O documentário Fernando é um filme afetivo. Traz na figura de Fernando Bohrer, seu biografado, e em sua conexão com a arte o seu ponto de maior destaque. Conhecer a intimidade do ator, diretor e professor de teatro que, em gestos simples e dedicados, tanto fez e ainda faz pelo teatro e pela música, pela disseminação da arte, é inspirador.

Dirigido a seis mãos, por Julia Ariani, Paula Vilela e Igor Angelkorte, o filme está entre a admiração de seus realizadores pelo antigo professor e a homenagem. E é como se existisse para criar um novo espaço para Fernando brilhar, em suas muitas histórias, em seus pensamentos políticos, em seus medos mais íntimos.

Resultado de uma mescla entre imagens do real e encenações, o docuentário reflete a lógica interpretativa libertária de Fernando. Há uma simplicidade no que se vê que está em consonância com tudo o que o protagonista acredita ser essencial para a vida.

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Porém, apesar de vários acertos, o longa-metragem não consegue transformar os seus muitos caminhos em um percurso homogêneo. É como se as várias passagens existissem muito bem independentemente, mas não conseguissem encontrar uma integração. O filme vai se formando episódico e perde um pouco de sua força.

Mas nada que consiga diminuir o brilho de Fernando e o interesse em ficar por um tempo vendo e ouvindo uma figura tão interessante falar de modo tão apaixonado sobre como a arte pode transformar a vida e abrir novos caminhos.

Um Grande Momento:
A história da coreografia das crianças.

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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