Crítica | FestivalMostra SP

Bridgend

(Bridgend, DNK, 2015)

Drama
Direção: Jeppe Rønde
Elenco: Hannah Murray, Josh O’Connor, Adrian Rawlins, Patricia Potter, Steven Waddington, Scott Arthur, Aled Llyr Thomas, Elinor Crawley
Roteiro: Jeppe Rønde, Torben Bech, Peter Asmussen
Duração: 95 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Em 2007 uma onda de suicídios de adolescentes chocou a pequena cidade de Bridgend, no País de Gales. Até hoje, vários jovens locais deram fim às próprias vidas e a cidade é conhecida até hoje pela triste estatística.

Esse é o pano de fundo do longa-metragem Bridgend, curiosamente dirigido pelo dinamarquês Jeppe Rønde. A história gira em torno de Sara, uma jovem que muda-se para a cidade com o pai policial. Sua nova turma de amigos é protagonista de uma série de suicídios por enforcamento.

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A busca pelos limites – comuns daquela fase da vida onde o que se procura é o máximo das sensações e não existe o medo das consequências dos atos – é o que dá o tom do filme. O distanciamento dos pais, que não conseguem interagir com seus próprios filhos, por inadequações comuns da diferença de gerações, também está presente.

O longa-metragem lembra bastante o filme brasileiro Mate-me Por Favor, pela temática e pela ambientação grave que busca em cada enquadramento. Mais escuro e com cores pesadas, melhor amarrado e menos afeito a inovações visuais, o exemplar dinamarquês consegue prender a atenção dos espectadores, mas sem que o envolvimento seja profundo.

Muito da superficialidade vem com a construção de acontecimentos que já estamos cansados de ver por aí em representações da adolescência. A ideia do memorial online, com um chat exclusivo, não tem o efeito esperado, apesar de ser o motivo de uma cena visualmente muito boa; assim como a falta de uma ligação mais precisa com a história que, muito genérica, parece não seguir uma linha específica e vai por um caminho que não consegue levar a lugar algum.

É um filme curioso, que traz uma realidade desconhecida por muitos. E tem bons momentos cinematográficos. Mas é só.

Um Grande Momento:
A cena final.

Bridgend_poster

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=t8WI7Nn_0cY[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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