- Gênero: Ficção
- Direção: Antônio Galdino
- Roteiro: Fernando Domingos
- Elenco: Norma Goes, Ana Júlia Barbo
- Duração: 12 minutos
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A violência cotidiana, que tira tudo, que esgota, que destrói, que exaure. Há um corpo que segue, mas está cansado de ser violado e há um futuro que observa e dá esperança. Os algozes não precisam de rosto, são muitos, estão em todos os lugares e têm várias formas.
O Pato conta uma história que a gente já viu antes, mas sua mensagem vai além e abarca mais do que aquilo que está na superfície do filme. Se o tema evidente é sempre fundamental, por trás dele pode se ver representada em símbolos a repetição de subjugação que não está só em casa.
Porém, nada é óbvio e evidente. É um filme de tempo, de detalhes, que vem como choque e vai assentando aos poucos. O Pato provoca intra e extrafilmicamente, desde seu enigmático título até à quebra da quarta parede, passando pelo simbólico banho do novo no velho.
É impossível falar do curta e não destacar a atuação de Norma Goes. Dona das cenas, seus olhares e gestos, o modo como ela incorpora a raiva e a potência com que extravasa cada um de seus sentimentos definem o andar da trama. Mais do que a mulher vítima de violência doméstica, é o símbolo desse presente que precisa da ruptura.
Ainda que com algo de pretensão, O Pato vem vestido de familiaridade, de reconhecido, para trazer o desassossego do “o quê estou vendo?”, do “por quê assim?”. É no mostrar do mesmo que possibilita associações e novas reflexões sobre velhos temas, domésticos e sociais, particulares e coletivos.
Um grande momento
Os dedos