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Paraíso leva primeiro prêmio da CineOP

A 20ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto chegou com uma grande novidade: o prêmio a longas-metragens que se utilizam de imagens ou sons de arquivo de forma instigante e criativa em suas narrativas. Paraíso, documentário de Ana Ripier, foi o vencedor do prêmio do júri nessa primeira edição da mostra competitiva.

O júri oficial foi formado pela historiadora e pesquisadora Sheila Schvarzman, pelo programador e crítico Marcus Mello, e pelo diretor do Museu da Inconfidência em Ouro Preto, Alex Sandro Calheiros de Moura. Eles justificaram a escolha por Paraíso ser um “ensaio que propõe uma interpretação do Brasil a partir de imagens cinematográficas de diferentes origens” e por dialogar com uma rica tradição de pensamento crítico de intelectuais brasileiros. Além disso, a produção foi elogiada pela “rigorosa pesquisa em arquivos públicos, que permitiu o acesso a uma significativa coleção de imagens”.

O júri também ressaltou a inventividade, humor, indignação e empatia com que as imagens foram organizadas e ressignificadas numa obra “de caráter humanista e comprometida com o país”.

A criação da premiação foi saudada pelo trio, que destacou os avanços do cinema de arquivo no Brasil, com o estimulo a uma produção que tem crescido significativamente nas últimas duas décadas e a consolidação da cultura do uso de material preservado em filmes que se estabelecendo como “uma das mais fortes tendências do cinema brasileiro contemporâneo”.

O encerramento da 20ª CineOP foi emocionante com a exibição especial de O Garoto, de Charles Chaplin. A trilha sonora do clássico de 1921, reinventada com clássicos do choro, foi executada ao vivo pelas musicistas Natália Barros, Isabela Alencastro e Jennifer Cunha.

Foto: Leo Lara/Universo Produções

Balanço

Nesta edição comemorativa de 20 anos, de 25 a 30 de junho, a CineOP reuniu mais de 20 mil pessoas na história cidade mineira. Foram dias intensos pensando em preservação, história e educação, e, ao mesmo tempo, impulsionando a economia local e fortalecendo a articulação entre memória audiovisual, formação, políticas públicas e inovação.

A programação intensa contou com 143 filmes distribuídos em 12 mostras temática, com sessões que ocuparam o Cine-Praça, na Praça Tiradentes; o Cine-Museu, no anexo do Museu a Inconfidência; e no Cine-Teatro, no Centro de Convenções da UFOP. As atividades formativas contaram com seis oficinas, seis masterclasses internacionais e um workshop, totalizando 405 vagas. Já o Programa Cine-Expressão contou com sete sessões seguidas de debate para alunos da rede pública.

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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