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É Proibido Fumar

(É Proibido Fumar, BRA, 2009)

É comum ter, entre os filmes selecionados pelo Festival de Brasília, um que tenha um apelo popular maior e que seja mais facilmente comercializado. Este ano, foi a vez de É Proibido Fumar.

Com Glória Pires, que sozinha já chama o público para as salas, e Paulo Miklos encabeçando o elenco, o filme conta a história de Baby, uma solteirona de quarenta anos que ficou parada no tempo e no espaço.

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Usando roupas de décadas passadas, ela ainda mora no apartamento que herdou da mãe, onde dá aulas de violão, e briga por antiguidades de outros parentes falecidos com as irmãs. Entre aulas e telefonemas estressados, Baby se interessa por Max, seu novo vizinho. Ex-roqueiro e atual cantor de sambão em uma churrascaria, ele tenta se esquecer de um amor fracassado.

O filme fala de vícios e obsessões com muito humor e se apóia no carisma em um casal central completamente diferente. Para ela música é Chico Buarque, para ele é Jorge Ben; se ele prefere inovações na cozinha, ela vai de tradicional. Glória Pires e Paulo Miklos, um casal difícil de ser imaginado junto, transmitem bem essas diferenças.

Ainda que tenha um texto interessante, boas atuações e participações especiais ótimas, o filme não consegue se controlar no ritmo e acaba sendo mais arrastado do que precisava. O problema se agrava na parte final, que parece ficar andando em círculos, sem nunca avançar.

Algumas inserções são televisivas demais e sequências como a da dança indiana não conseguem se explicar.

Entre as qualidades estão a trilha sonora, que sabe misturar elementos e consegue ser uma atração à parte, e a facilidade que Anna Muylaert tem de transitar entre sentimentos completamente diferentes.

E, ainda que tenha problemas, o filme diverte o público, que riu sem parar e ficou apreensivo na sessão do festival. Com distribuição garantida e estréia prevista para 4 de dezembro, promete levar muita gente aos cinemas.

Um Grande Momento

Fumando a guimba no carro.

Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)

Festival de Brasília
: Filme

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Comédia
Direção: Anna Muylaert
Elenco: Glória Pires, Paulo Miklos, Lourenço Mutarelli, Daniela Nefussi, Marisa Orth, Paulo César Peréio, Antônio Abujamra, André Abujamra, José Abujamra, Pitty, Marat Descartes
Roteiro: Anna Muylaert
Duração: 86 min.
Minha nota: 6/10

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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