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Cinesesc em casa: amenizando o isolamento

Com a pandemia de Covid-19 e o necessário isolamento para controle do contágio, o consumo de entretenimento dentro de casa aumentou bruscamente. As opções começaram a se multiplicar e hoje é difícil hoje escolher se vai ver aquela live, se vai fazer algum curso ou se vai curtir aquele filminho, entre várias outras possibilidades.

O cinema, junto com as lives, talvez seja a atividade que mais atrai os confinados. O estouro das assinaturas do streaming, como a Netflix, a criação de novas plataformas e até mesmo a realização de festivais virtuais demonstram o sucesso. Mas é difícil ficar sem o cinema, né? É difícil não sentar naquele escuro e ouvir o som potente de uma sala de cinema. E se for uma boa sala, então, a saudade aumenta. Entre as melhores do país está o Cinesesc, localizado na Rua Augusta, em São Paulo.

Cinco Graças, uma das estreias da semana no Cinema #EmCasaComSesc. Ótima pedida para o isolamento.

Enquanto não houver segurança para a reabertura, ele continuará fechada, mas não está sem funcionar. Uma programação especial foi preparada exclusivamente para esse período de isolamento, o Cinema #EmCasaComSesc. Semanalmente, com curadoria do Cinesesc, a plataforma do Sesc disponibiliza quatro novos filmes, que podem ser assistidos sem cadastro por quem quiser. Nas primeiras semanas foram mais de 100 mil visualizações.

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Há quatro linhas narrativas: um filme infantil, um clássico e dois filmes recentes. A programação faz questão de destacar o cinema brasileiro. Para esta semana, a partir de amanhã (23), os filmes selecionados foram cinco: Cinco Graças, de Deniz Gamze Ergüven; Entrelaços, de Naoko Ogigami; o curta Partido Alto, de Leon Hirszman; Encantado: O Brasil em Desencanto, de Filipe Galvon, e O Menino e o Mundo, de Alê Abreu.

A Hora do Lobo, de Ingmar Bergman, está entre os clássicos do Cinema #EmCasaComSesc

Além das estreias, quem entrar na plataforma encontrará muitos filmes disponíveis, como os clássicos De Crápula a Herói, de Roberto Rossellini; A Hora do Lobo, de Ingmar Bergman, e Mamma Roma, de Pier Paolo Pasolini. Assim como os documentários brasileiros Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper, e Todos os Paulos do Mundo, de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, e a ficção Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira.

O Cenas de Cinema conversou com o gerente do Cinesesc Gilson Packer sobre a iniciativa.

O gerente do Cinesesc Gilson Packer fala sobre a programação preparada para o período de isolamento social.

Cenas de Cinema: Com a pandemia e a necessidade de quarentena, o Cinesesc teve que fechar as portas. Como surgiu a ideia de recorrer ao streaming e à programação on-line?

Gilson Packer: A presença digital do Sesc São Paulo vem sendo construída desde 1996. O propósito de expandir o alcance das nossas ações socioculturais na internet vem do interesse institucional pela crescente universalização do atendimento, incluindo públicos que não têm contato com as ações presenciais oferecidas nas 40 unidades do Sesc espalhadas pelo estado. Com a pandemia e o fechamento das nossas unidades, passamos a nos debruçar naturalmente sobre uma programação que atendesse ao público de maneira efetiva e segura, no meio digital, garantindo o acesso a conteúdos da cultura a diversas pessoas. O projeto de streaming de filmes, com gestão e curadoria do Cinesesc, veio para reforçar a presença do Sesc no mundo digital e ampliar nossa ação de difusão cultural, no âmbito do cinema. E trata-se de uma ação permanente,  pois a ideia é mantermos a sala virtual mesmo após a reabertura da sala física na Rua Augusta. O público ganha assim mais um espaço para contemplar, descobrir e redescobrir o cinema, a partir de grandes obras selecionadas, disponibilizadas on-line gratuitamente.

CdC: A pandemia chegou, trouxe o isolamento social e mudou muita coisa. Entre elas, fez os serviços de streaming e a programação online ocuparem outro lugar na vida das pessoas. Você acha que essa tendência veio para ficar, mesclando atividades presenciais e virtuais?

GP: Sem dúvida, o setor cultural sofre um impacto especial com o isolamento social, pois ele tem como premissa a convivência física como elemento estruturante das suas atividades. As incertezas em relação à pandemia nos levam a considerar que os espaços culturais serão os últimos a ter a plena retomada de atividades. Portanto, é preciso encontrar soluções para que essas produções sigam contribuindo para as reflexões sobre a vida e a sociedade, sobretudo nesse momento delicado. A cultura, de modo geral, possui ferramentas importantes que nos permitem pensar novas dinâmicas de produção e circulação; e é preciso se valer delas, numa somatória de esforços, para seguir seu caminho natural e fundamental até o público. A ideia de usar essas ferramentas em benefício do cinema e da cultura, democratizando acessos e aproximando públicos me parece muito necessária e mais urgente do que nunca.

Para conferir a programação do Cinema #EmCasaComSesc e assistir aos filmes, acesse a plataforma.

Redação

O Cenas de Cinema é um veículo informal e divertido que tem como principal objetivo divulgar a sétima arte, com críticas, notícias, listas e matérias especiais
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