The Witcher

A felicidade é nosso maior bem, nosso maior alvo, e alcançá-la pode estar diretamente dependente de ações justas e virtuosas, pelo menos no pensamento mais aristotélico. Em um cenário de guerra, numa sociedade medieval cheia de monstros e feitiçarias, o código de honra dita o destino em The Witcher da Netflix, uma série baseada nos livros do polonês Andrzej Sapkowski, a saga ficou mundialmente conhecida com os jogos da CD Projekt RED (para quem não conhece, vale muito experimentar)  The Witcher 3: Wild Hunt.

Com riqueza de efeitos especiais, batalhas e personagens variados, a estória retrata um estado que se aproxima ao caos por conta da guerra promovida pelo império de Nilfgaard em busca da expansão de seu território, transformando cara lugar conquistado em suas províncias. Como todo povo conquistado, principalmente pela violência, existe um ódio e um medo excessivos aos nilfgaardianos. Os personagens e suas histórias garantem a emoção suficiente para quem busca aventura, ação e profundidade de trama.

Geralt de Rivia (Henry Cavill) é um bruxo mercenário que usa de seus poderes para matar monstros e resolver problemas dos mais absurdos, por conta de suas habilidades e honra, circula muito bem entre plebeus e realeza. Solitário e frio, prefere viver entre uma missão e outra ganhando a vida sem se preocupar com pessoas e lugares, até que seu caminho cruza com o bardo (poeta e músico que conta a história de Geralt e o torna famoso), Jaskier (Joey Batey) que se torna seu fiel amigo e que dá o tom leve para a série, e a bela e enigmática feiticeira Yennefer de Vengerberg (Anya Chalotra), com quem desenvolve uma relação bem íntima.

Yennefer é talvez a personagem mais interessante, por seu um quarto de elfo, passa por várias situações dramáticas. Após passar pela Academia de Magia em Aretuza, teve sua vida transformada e vê seu caminho cruzado várias vezes por Geralt. Além da feiticeira, outra personagem que muito importante à trama é a princesa Cirilla Fiona (Freya Allan) que em meio à guerra se torna uma dos refugiados, após escapar da batalha de Cintra. Por causa de uma tradição muito particular, seu destino é ligado ao do bruxo.

A série está muito mais baseada nos livros que no jogo, mas para seus fãs é possível afirmar que não é decepcionante, mesmo com pequenas adaptações do roteiro. A trama ainda conta com toda a sua complexidade de hierarquia, críticas sociais, em um cenário onde o witcher (apesar de neutro) vive metido em conflitos políticos. A caracterização dos personagens também remete bastante aos que os gamers estão acostumados, sobretudo quando falamos do próprio Geralt ou dos soldados nilfgaardianos. 

Esta sociedade com toda a sua fantasia de seres malignos ou com dons mágicos, onde o poder advém do divino e hereditário que justifica o emprego da força, tortura e matança para crescimento ou manutenção deste poder. A grande diferença entre a aventura retratada na série e o jogo político praticado (ou pretendido) no cenário atual é a honra (seja no sentido de virtude e moral, seja no sentido intelectual), pois a lealdade às promessas e o cumprimento dos princípios que realmente importam são mais importantes que um esquema com um amigo laranja. Vale muito conferir!

O melhor episódio
T01 – E07 – Antes da Queda

Ver “The Witcher” na Netflix

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