Ano novo, ainda bem, é tempo de pensar naquilo que de melhor o ano que se foi trouxe. E não é que até 2021 teve coisa boa? Foram muitas séries e minisséries que deram o que falar por aí e agradaram. A dona desse pedaço aqui no Cenas, Soraya Lopes, não quis fazer uma lista muito individualista porque ela não é dessas e resolveu chamar tudo mundo que gosta de séries por aqui para fazer um super apanhado e chegar às melhores séries de 2021.
Participaram da escolha Cecilia Barroso, Bruna Bites, Pollyana Ester, Daniela Strieder e Guilherme Lopes. E as escolhidas foram:
Com roteiro e atuações que arrebataram todo mundo por aqui, a minissérie da HBO estrelada por Kate Winslet parte da investigação de um assassinato para descobrir uma história cheia de meandros terríveis. No centro de tudo, Mare, uma policial que consegue lidar com todos a sua volta, mas não consegue olhar para si mesma. Drama pesado e suspense de primeira qualidade.
Gente rica e branca sendo gente rica e branca num resort de luxo. A série, também da HBO, trata de várias facetas do privilégio, seja na relação com nativos, negros e funcionários do local. Questões sociais, como o papel da mulher, comportamentos sociais adequados e outros também são trabalhados com um humor fino e ácido.
Com Liniker no papel principal, a série da Prime Video conta a história de uma trans que deseja seguir o seu caminho e viver a sua vida e plenitude. São muitas questões abordadas sobre o ser mulher, de maneira delicada, mas por vezes trazendo a gravidade e urgência necessárias, e fazendo refletir.
Arcane
Animação inspirada em um dos maiores jogos online do mundo, League of Legends, une vários estilos gráficos e narrativos diferentes e conta uma história que cativa até mesmo os que nunca chegaram perto do game. O lançamento na Netflix feito por arcos, com três episódios a cada semana, também foi um formato interessante.
Com um atuação impressionante de Gabriel Leone no papel título, é difícil saber o que vai pensar com essa série, porque a gente quer sentir uma coisa, mas acaba sentindo outra, e sempre sabendo que está tudo errado. Fato é que a série da Prime Video é devastadora, porque por mais que não se justifique, se entende o que acontece.
Ladrões cheios de classe e elegância que se vingam dos ricos e poderosos. Como não amar? O de Omar Sy, inspirado nos livros de Maurice Leblanc, é mais um desses, e é impossível resistir a ele e que agora traz pautas bem relevantes à tona. A série da Netfix teve duas temporadas no mesmo ano: uma em janeiro e outra agora no final do ano.
Passeando no tempo sem fazer nenhuma questão de ser evidente, essa série da Prime Video circunda um crime nada óbvio e cujo suspense cativa até o último segundo. Tem a seu favor a nostalgia e a atuação de Chiara Aurelia, como uma das adolescentes envolvidas.
O Homem da Castanha
Mais um suspense onde a polícia precisa descobrir a identidade de um serial killer por pistas deixadas por ele nas cenas dos crimes. O interessante dessa série dinamarquesa da Netflix é que a trama vai indicando vários suspeitos e surpreende no final sem ser gratuita.
The Underground Railroad: Os Caminhos para a Liberdade
Cora descobre um jeito de alcançar a sua liberdade e é isso que ela vai fazer, custe o que custar. A série da Prime Video, adaptada do romance de Colson Whitehead, traz toda a ansiedade dessa fuga e chega de um jeito diferente, por mesclar a tensão ao onírico.
Elize Matsunaga: Era uma Vez um Crime
Um dos casos criminais mais conhecidos do Brasil ganha sua versão true crime contada pela própria assassina. Com direção de Elisa Campai, a série documental da Netflix consegue acessar pontos interessantes, que demonstram todo o machismo e classismo da investigação e do julgamento, mas sem nunca minimizar ações ou emitir juízo de valor.
Um cara desconhecido aparece morto na cama da comissária de bordo vivida por Kaley Cuoco, que não se lembra de nada que aconteceu e vai se enrolando para tentar descobrir alguma coisa. Enquanto ela se perde numa rede criminosa, a série da HBO prende a gente.
Acompanhamos a dor da Feiticeira Escarlate ou Wanda Maximoff em perder o seu amado Visão em Vingadeores: Ultimato. A série da Marvel e da Disney+, que tem a saudade como seu tema principal, é sobre o luto e a dor da perda. Em formato de sitcom, brinca com o passado e com a memória.
Only Murderers in the Building
Três amantes de true crime tem um assassinato para chamar de seu e resolvem criar um podcast para acompanhar a investigação do crime. A série de comédia da 20th Century Fox e Disney+ tem os feras Stevie Martin e Martin Short no elenco, além de Selena Gomez, e é uma comédia deliciosa.
Roda do Tempo
Num mundo onde as mulheres podem usar magias poderosíssimas, Moiraine leva quatro jovens em uma viagem ao redor do mundo acreditando que um deles pode ser o escolhido. A séria da Prime Video foi outra sensação do ano e é baseada nos livros de Robert Jordan, que misturam mitologia ocidental e oriental.
Olhando para o meio ambiente e misturando a isso a estrutura tradicional das séries de investigação criminal, a série da Netflix tem como personagens seres do folclore brasileiro, como Saci Pererê, Cuca, Iara e outros. Embora tenha lá seus problemas de representação, envolve por trazer uma temática que sempre foi subaproveitada no nosso audiovisual.
Round 6
A sensação do ano, sem nenhuma dúvida, essa série sul-coreana virou febre assim que foi lançada pela Netflix. Ao confinar em um mesmo espaço jogadores inveterados e pessoas muito endividadas, simulando uma situação de reality show, a trama misturava jogos infantis a verdadeiras carnificinas em troca de dinheiro.
Na organização burocrática onde foi parar, Loki pode escolher: ser apagado da existência ou ajudar a consertar a linha do tempo. Tom Hiddleston volta ao papel nessa série divertida da Disney+ que é quase como um thriller policial e pega a gente de jeito.
Mark Grayson seria um adolescente normal se não o fato de seu pai ser o super-heroi mais poderoso do mundo e, aos 17 anos, ele também desenvolver os seus próprios poderes. Muito além da fantasia desse universo de capas e super-humanos, a série da Prime Video é cheia de metáforas necessárias.
Machista? Total. Mas com esse negócio de pandemia, todo mundo trancado em casa, não tinha como não ficar olhando e prestando atenção nessa visão totalmente nova da aristocracia. Ainda mais apelando para aquilo que quase todo mundo estava sentindo falta na atual situação de isolamento social: sexo.
Mario Casas, o galã espanhol do momento, se envolve numa trama complexa após um assassinato acidental na juventude. Sua vida vai se perdendo numa espiral de vingança familiar, perseguição, mentiras, novos crimes e são as reviravoltas da série da Netflix que fazem a gente ficar esperando pelo final.
BBB21
Mais um impulsionado pela pandemia, o BBB tinha sido um desses programas que foi abandonado há anos pela maioria das pessoas, mas que voltou a fazer parte da vida do povo. Primeiro porque tinha muita gente junta num mesmo lugar e festa toda hora. Mas foi a dinâmica social do reality da Globo que pegou todo mundo e gerou o maior fenômeno midiático dos últimos tempos, Juliete.
Menções honrosas
Nos Tempos do Imperador
Entre as muitas novelas da Globo que foram perdendo a audiência com a chegada do streaming essa espécie de continuação de Novo Mundo encontrou um diferencial ao contar a história do Segundo Império.
Casamento às Cegas
Impossível não citar um dos sucessos do ano que reuniu estranhos em cabines e fez com que eles decidissem se se casariam ou não. Casais que pareciam perfeitos eram muito errados, casais muito equivocados de cara comprovaram a tese (e a escolha certa tá aí até hoje) e o que parecia que era pra dar certo deu.
Novas temporadas que valem a pena
Como Vender Drogas Online Rápido
Ted Lasso
Succession
Lúcifer
Blindspot (só pelo último episódio)