Dia 31 de dezembro. Chegamos ao final deste ano bizarro, onde uma pandemia terrível tomou conta do mundo e um genocida tomou conta do País. Muita coisa mudou nas nossas vidas, agora afastadas e presas dentro de casa para tentar conter um vírus que até hoje ninguém entendeu muito bem como se comporta. O isolamento, portanto, é o meio mais eficaz de prevenir a doença e combater sua disseminação. Para nós da crítica e da cinefilia, o cinema tornou-se uma realidade distante, vivida até meados de março mais ou menos. Toda uma cadeia produtiva teve que tentar se reinventar, se adaptar, buscar novas formas de continuar existindo e resistindo.
As plataformas de streaming nadaram de braçadas, sites e blogs de cinema acompanharam, o número de lançamentos, lives e podcasts era insano. No meio do ano, a tempestade foi de festivais de cinema, a televisão fechada entrou no jogo com a transmissão na grade da programação e a crítica, saudosa de cobertura, estava com fôlego total na cobertura. O hábito de ver filmes em casa transformou o nosso trabalho, tudo é muito diferente. E o que considerar numa lista de melhores do ano, num universo onde a oferta é quase infinita, onde não se tem um controle exato de tudo o que foi lançado?
Mas nós do Cenas chegamos lá! Desconsiderando pré-lançamentos de uma semana para o Oscar e outros em VoD que até mesmo a equipe do filme desconhece, e levando em conta os serviços de streaming mais conhecidos e o YouTube, chegamos à nossa lista de lançamentos do ano. Claro que o cinema, aquele lá dos primeiros três meses do ano, também foi considerado. E tem mais lista com nossos curtas e longas favoritos nos festivais de 2020.
E para você, nosso leitor querido, que 2021 seja mais tranquilo, que o mundo volte ao normal e que essa vacina chegue logo, para que todo mundo possa se encontrar, se abraçar e sentar novamente no escuro do cinema, curtindo um filme junto com aquele monte de gente, porque é assim que a gente gosta.
- Retrato de uma Jovem em Chamas, de Céline Sciamma
2. Sertânia, de Geraldo Sarno
3. Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paes
4. Pacarrete, de Allan Deberton
5. Joias Brutas, de Josh e Benny Safdie
6. Uma Vida Oculta, de Terrence Malick
7. Vermelha, de Getúlio Ribeiro
8. Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, de Eliza Hittman
9. A Febre, de Maya Da-Rin
10. O Barco, de Petrus Cariry
11. Casa, de Letícia Simões
12. Até Logo, Meu Filho, de Wang Xiaoshuai
13. Soul, de Pete Docter
14. Você Não Estava Aqui, de Ken Loach
15. Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.
16. Be Natural: A História não Contada da Primeira Cineasta do Mundo, de Pamela B. Green
17. Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa
18. Alice Junior, de Gil Baroni
19. Deerskin: Estilo Matador, de Quentin Dupieux
20. Emicida: AmarElo – É Tudo Pra Ontem, de Fred Ouro Preto
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